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Sexta edição do Boletim Atlas ODS relaciona mobilidade urbana, difusão da covid-19 e mortalidade no Amazonas

Publicado: Quarta, 20 de Maio de 2020, 11h06 | Última atualização em Quarta, 20 de Maio de 2020, 11h22 | Acessos: 1389

Por Irina Coelho
Equipe Ascom Ufam 

 

A sexta edição do ‘Boletim ODS Atlas Amazonas Especial covid-19’, lançada na última segunda-feira, 18, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas (PPGCASA/Ufam) explora os  indicadores de intensidade de tráfego urbano em Manaus e de fluxo entre as cidades amazonenses, além de trazer uma cartografia dinâmica da doença no Estado. Os pesquisadores apresentam análises sobre as relações entre mobilidade, mortalidade e a disseminação da covid-19.

A publicação aponta que após o Decreto Municipal 4.776, de 13 de março de 2020, que trata da suspensão de atividades na capital, o pico de intensidade de tráfego vem ocorrendo sempre aos domingos (em torno dos -60%) e existe uma redução de congestionamentos nas quintas e sextas feiras (-90 a -80%). O maior pico observado até o momento ocorreu no dia 10 de maio, domingo em que houve a comemoração do dia das mães. Os dados utilizados foram fornecidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB),  que utiliza o Waze for Cities Program.  

O coordenador da pesquisa, professor Henrique dos Santos Pereira, explica que a curva de congestionamentos no trânsito de Manaus foi correlacionada com os índices de ‘velocidade’ de óbitos e de sepultamentos. “Se os picos de mobilidade de fato causam uma aceleração proporcional e sincronizada na velocidade de óbitos, então, devemos esperar que no prazo de dezoito dias que se seguem a cada um desses picos um aumento relativo no número de mortes e de sepultamentos na cidade de pessoas que foram contaminadas com a covid, ainda que a tendência de redução do número de mortes por dia continue decrescendo“, enfatiza o pesquisador 

O Boletim traz também uma cartografia dinâmica da doença no Estado feita pelo Laboratório Hidrogeo, ligado ao Departamento de Geografia da Ufam, e sob a coordenação dos professores Natacha Cíntia Regina Aleixo e João Cândido André da Silva Neto. As análises apontam que desde o surgimento do primeiro caso no Estado, confirmado no dia 13 de março até 13 de maio, a disseminação da covid-19 se apresentou em tempos e espaços diferentes. A função da capital no comando da rede urbana, com intenso fluxo de pessoas e mercadorias, que circulam por aeroportos, rodovias e rios, contribuíram para expansão hierárquica da doença, para municípios importantes na rede urbana como Parintins, Tabatinga e Tefé. 

A sétima edição do ‘Boletim ODS Atlas Amazonas Especial covid-19’ está prevista para ser publicada dia 21, e trata dos impactos na economia e no ambiente. Será avaliado ainda como a mobilidade interurbana, pelo modal fluvial, pode explicar os padrões de difusão e de progressão da pandemia nas cidades interioranas.

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