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Estudo computacional de pesquisadores da área de Físico-Química da Ufam analisam eficiência da Cloroquina contra receptores do covid-19 quando utilizada isoladamente

Publicado: Quarta, 08 de Abril de 2020, 17h26 | Última atualização em Quinta, 23 de Abril de 2020, 09h40 | Acessos: 4867

Por Juscelino Simões
Equipe Ascom Ufam


Professor do curso de Química e graduando do curso de Física da Universidade Federal do Amazonas desenvolvem estudo computacional sobre medicamentos que se mostraram eficientes contra o SARS-COV-2


A pesquisa investigou, por meio computacional, medicamentos que já existem e são usados em diversas doenças e que se mostraram eficientes contra o SARS-COV-2 (novo coronavírus). O trabalho intitulado ‘Estudo Computacional Comparativo de Antagonistas de Receptores SARS-CoV-2’ foi realizado pelo docente do curso de Química, Kelson Mota Teixeira de Oliveira, em parceria com o aluno de graduação do curso de Física, Micael Davi Lima de Oliveira. O trabalho foi enviado à revista científica Journal of Molecular Graphics and Modelling (da Elsevier – uma editora global com sede em Amsterdã) e os resultados estão sendo submetidos às avaliações do corpo científico.

O estudo começou a ser elaborado a partir do início de fevereiro deste ano, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto do coronavírus. A partir da declaração, inúmeras pesquisas têm sido apresentadas no mundo todo com o objetivo de buscar o controle da expansão da doença que aflige a população mundial.

O trabalho revelou que os medicamentos: Simeprevir, Paritaprevir, Remdessivir e Baricitinib mostraram-se promissores. Enquanto que o Hidroxi-cloroquina, Cloroquina e Axitromicina não se mostraram tão efetivos como monoterapia contra a covid-19 ou contra os receptores de células pulmonares. “A Cloroquina e a Hidroxi-cloroquina apresentaram baixa atividade contra os principais receptores do vírus. Não recomendamos monoterapia somente com essas medicações. É necessário outros medicamentos associados para ocorrer uma ação desejada”, afirmou o professor Kelson Mota.  Foram realizadas simulações de 28 medicamentos contra os principais receptores do vírus. A análise foi feita em sílico e não em vitro, ou seja, simulações computacionais. Todos os medicamentos analisados estão listados no artigo apresentado à revista podem ser acessados aqui. 

Ao ser questionado sobre o papel da academia neste momento em que vivenciamos a pandemia do coronavírus, o docente afirmou que “tem papel vital na busca de respostas rápidas para uma situação desta proporção. Somente com pesquisa, tanto básica quanto aplicada, poderemos propor respostas capazes de frear o surto da covid-19. Para os que acham que universidades públicas são cabides de emprego, vemos nessa situação professores pesquisando com afinco uma cura”, e concluiu destacando que “o Instituto de Ciências Exatas (ICE) não está parado neste momento. Professores continuam seus trabalhos e pesquisas em casa. Alunos de pós-graduação escrevem artigos e finalizam teses e alunos de PIBIC aproveitam para se aprofundar em suas pesquisas. Dois outros artigos já estão em andamento e até o fim deste mês já deverão estar submetidos a revistas científicas internacionais”.

O estudante de graduação do curso de Física da Ufam, Micael Davi Lima de Oliveira, que também é aluno do PIBIC, responsável pelos cálculos e simulações da pesquisa, ressaltou que muitas dúvidas ainda persistem sobre os inúmeros mecanismos do vírus, ou mesmo, o grande desafio de encontrar medicações que possuam um equilíbrio entre segurança e eficácia no tratamento. “Infelizmente, um grande percentual de pacientes ao redor do mundo, acometidos pelo vírus SARS-CoV-2, já não vêem uma luz ao fim do túnel. Por meio do sentimento de empatia que todos possuímos, procuramos no âmbito da ciência encontrar formas de contribuir com o próximo. Desta maneira, ainda que nossa pesquisa apresente resultados ainda não conclusivos, foi mediante uma abordagem computacional e com auxílio de publicações sobre os mecanismos de replicação, que nos esforçamos para propor teoricamente alguns potenciais fármacos para a remissão parcial dos sintomas. Entretanto, muitas dúvidas ainda persistem sobre os inúmeros mecanismos do vírus, ou mesmo, o grande desafio de encontrar medicações que possuam um equilíbrio entre segurança e eficácia no tratamento”, afirma o pesquisador discente.

O aluno também expôs seu ponto de vista quanto ao papel da academia no cenário atual:  “A educação de um país tem um papel central em como lidar com os problemas que surgem ao longo da história humana. Desta forma, a contribuição da Universidade à população é vital em diversos aspectos, seja em uma maior compreensão molecular do vírus, nas implicações socioeconômicas, ou mesmo psicológicas em cada um de nós. Portanto, a forma como lidamos com os problemas atuais será lembrado ao longo da História, no qual a educação é o alicerce dessa estrutura ao qual todos pertencemos”.

 

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