Seletor idioma

Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Notícias Destaque > Expedição inédita leva saúde especializada a comunidades indígenas no Amazonas
Início do conteúdo da página

Expedição inédita leva saúde especializada a comunidades indígenas no Amazonas

Publicado: Quinta, 06 de Novembro de 2025, 09h25 | Última atualização em Quinta, 06 de Novembro de 2025, 10h02 | Acessos: 85

Uma operação pioneira do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-Ufam), em parceria com a Marinha do Brasil e a OAB-AM, garantiu assistência médica especializada e cidadania diretamente para comunidades indígenas do Amazonas. A iniciativa, denominada "Expedição Outubro Rosa – Saúde e Cidadania Navegando juntas!", ocorreu nos dias 29 e 30 de outubro e marcou um avanço no acesso à saúde para essa população.

"Hoje eu estou feliz porque minha gente está tendo um atendimento que nunca teve, uma oportunidade que nunca tivemos, de uma maneira fácil e rápida. Estou feliz e orgulhoso porque vocês vieram até minha comunidade fazer esse atendimento”, resumiu o cacique José Pancrasse, da Comunidade Indígena Nova Esperança.

Coordenada pelo Núcleo Técnico-Operacional para o Programa de Saúde Indígena e Povos Originários da Amazônia do HUGV, a ação focou na saúde da mulher, em alusão ao Outubro Rosa, mas também incluiu consultas e procedimentos para homens e crianças.

O HUGV-Ufam, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), articulou com as lideranças locais, definiu fluxos e mobilizou equipes para suprir as demandas levantadas. Habitualmente, o atendimento presencial requer o deslocamento da população indígena até Manaus.

A expedição foi realizada no Polo Base Nossa Senhora da Saúde, do DSEI Manaus, beneficiando cerca de 531 pessoas das comunidades de Barreirinha, Boa Esperança, Kuanã, Nova Esperança, São Tomé, Terra Preta e Três Unidos.

O sucesso da operação dependeu de uma ampla mobilização, com o apoio logístico da Marinha do Brasil, que disponibilizou o Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) Doutor Montenegro para o transporte de equipes e equipamentos, além do navio Carlos Chagas, lanchas e uma aeronave.

Um efetivo total de 140 militares da Marinha auxiliou no transporte dos pacientes das comunidades para os navios e no suporte médico, odontológico e farmacêutico a bordo.

"Nós estamos com uma estrutura nos navios com atendimento médico, odontológico e farmacêutico para que possamos levar um atendimento especializado à comunidade”, destacou o Comandante da Flotilha do Amazonas, Capitão de Mar e Guerra, Sandir Antônio.

O atendimento nas comunidades foi fundamental para quem enfrenta dificuldades de deslocamento. Rosinete da Silva Andrade, moradora da Comunidade Indígena São Thomé, que fica a duas horas de barco da capital, expressou o alívio: “É muito difícil chegar até Manaus e por isso foi muito boa essa facilidade”.

A ação também contou com assistência jurídica especializada, promovida pela Comissão Permanente da Mulher Advogada da OAB Amazonas, abordando temas cruciais como direito da mulher, previdenciário, de família, trabalhista e fundiário. A OAB-AM também promoveu atendimento odontológico e psicológico, rodas de conversa e palestras, além da distribuição de materiais informativos.

O superintendente do HUGV-Ufam, Plínio José Cavalcante Monteiro, garantiu a continuidade da iniciativa. “Trata-se de um projeto piloto, pois pretendemos realizar novas ações”, afirmou, adiantando que já há programação em dezembro no âmbito de um mutirão da Ebserh.

O vice-reitor da Ufam, Geone Maia, destacou o valor da experiência para os residentes, visando dar prosseguimento às parcerias. “Essa ação não foi apenas um sucesso em termos de assistência à saúde; ela representou um momento importante para o nosso papel como instituição de ensino. Para a formação dos nossos profissionais de medicina, e em especial dos residentes do HUGV, a experiência direta com a população indígena possibilita aos nossos residentes a oportunidade de aprender e aplicar seus conhecimentos em um contexto real, compreendendo as especificidades e desafios da saúde na Amazônia”, finalizou.



 

registrado em:
Fim do conteúdo da página