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Proext se reúne com Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (Neai) e com o Colegiado Indígena do PPG em Antropologia Social

  • Publicado: Quarta, 01 de Dezembro de 2021, 11h54
  • Última atualização em Sexta, 10 de Dezembro de 2021, 15h54
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Encontro tem o propósito de criar uma política integrada para as populações indígenas na Universidade Federal do Amazonas

Por Márcia Grana

Equipe Ascom Ufam

A equipe técnica da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas ( Proext/ Ufam) se reuniu, na tarde desta terça-feira, 30, com membros do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (Neai) e do Colegiado Indígena do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGGAS/ Ufam).

Política integrada para populações indígenas

O encontro tem o objetivo de juntar esforços para a criação de uma política integrada para as populações indígenas na Ufam, incentivando, por exemplo, a permanência de estudantes indígenas na Universidade e reconhecendo detentores de profundo saber tradicional, através da concessão de título de notório saber.

Também integram os objetivos do grupo promover concurso para tradutores indígenas e a criação de um Centro de Saberes, Práticas e Tecnologias Indígenas.

Política pública

O pró-reitor de Extensão, professor Almir Oliveira de Menezes, destaca que o Neai e o Colegiado Indígena do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social entregaram um documento  para a equipe da Proext  com um conjunto de propostas que podem identificar e, ao mesmo tempo, iniciar uma política indígena para a Ufam. “É uma satisfação tratar da elaboração de uma política que tem como característica principal ser elemento de integração das demandas indígenas junto à Universidade. Demandas essas que perpassam, por exemplo, processos seletivos específicos e diferenciados para ingresso de estudantes indígenas nos cursos de graduação e pós-graduação da Ufam, uma política de permanência, através da concessão de bolsas e de apoio financeiro para estudantes indígenas, vagas específicas para indígenas em concursos públicos de provas e títulos para professores nas mais diferentes áreas, contratação de tradutores indígenas, entre outras vertentes. A Proext estabelece, através de um diálogo transformador, as relações entre a Universidade e a sociedade. Portanto, por meio do Departamento de Políticas Afirmativas,  sob direção da professora Cláudia Guerra, a Proext vai se articular com as demais instância da Universidade, de maneira dialógica e propositiva, para que as demandas apresentadas possam ser debatidas e transformadas em políticas públicas de inclusão”, declarou o gestor.

Culturas indígenas articuladas com movimentos socioculturais

A diretora do Departamento de Políticas Afirmativas (DPA/Proext/Ufam), professora Cláudia Guerra, ressalta que as tratativas favorecem um contato mais próximo e direto da Universidade com os indígenas. “As solicitações nesta reunião e as práticas e os estudos interculturais realizados, ao longo desses anos na universidade, foram fundamentais no sentido de dar aporte epistemológico para tornar visíveis os muitos grupos discriminados na nossa Amazônia. Dentre estes grupos discriminados, historicamente, não podemos deixar de ressaltar os povos indígenas. A Extensão pretende concentrar atenção e reflexão em práticas educacionais que respeitem essas culturas indígenas articuladas com movimentos socioculturais, com a intenção de encontrar dispositivos constitutivos de dialogicidade. Desta relação de reciprocidade e de reconhecimento das diferenças é que poderá surgir o embrião de novas conquistas, particularmente no âmbito das relações étnicas, que envolvem as culturas e os povos indígenas", declarou a gestora.

Ufam mais indígena

Jaime Diakara, indígena do povo Desana e membro do Colegiado Indígena do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, afirma que as propostas apresentadas à Proext foram elaboradas em conjunto com outros colegiados indígenas. “Apresentamos dez propostas para uma Ufam mais indígena! Dentre elas a prioridade é a criação de um Instituto, Unidade Acadêmica, Centro Cultural ou Centro Memorial de Epistemologias Indígenas para difundir conhecimentos dos povos indígenas do Amazonas. Nestes espaços, utilizando as nossas metodologias ancestrais, com processo seletivo específico para professores indígenas, ofereceríamos, por exemplo, cursos de línguas indígenas. Acreditamos que a iniciativa vai fortalecer, viabilizar e ampliar a participação indígena na universidade. Somado a essas propostas, também reivindicamos assento nos conselhos universitários. Queremos não somente a Ufam na aldeia, mas a aldeia dentro da Ufam”, explicou Jaime Diakara.

 

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