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Reitor prestigia posse da historiadora Dhyene Vieira no IGHA

Publicado: Segunda, 28 de Abril de 2025, 10h47 | Última atualização em Segunda, 28 de Abril de 2025, 10h47 | Acessos: 92

Na noite da última sexta-feira, 25, o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, prestigiou a solenidade de posse da historiadora Dhyene Vieira dos Santos no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA). A solenidade, presidida pelo jornalista Abrahim Baze, foi realizada no Casarão da rua de Bernardo Ramos, sede do IGHA. 

Durante seu pronunciamento, o presidente da solenidade deu as boas-vindas à colega e destacou que a nova integrante do IGHA,  eleita em assembleia geral na sessão do dia 10 de agosto de 2024, passa a ser uma das principais referências no debate sobre a história e a identidade amazônica.

“A entrada da historiadora Dhyene Vieira nos quadros do IGHA, representa a perspectiva do olhar da  história social em razão da sua produção acadêmica, além de ser mais uma mulher a compor esse importante instituto.  Como aluna da UFAM desde a graduação ao doutorado, sua presença reforça o papel da Universidade como centro formador no Amazonas e na Amazônia”, expressou o reitor Sylvio Puga.

Cadeira de Jean de Léry

Durante seu pronunciamento, Dhyene Vieira, que passa a ocupar a cadeira que tem como patrono o pastor calvinista francês Jean de Léry, destacou a responsabilidade de assumir um dos postos mais relevantes no que se relaciona ao estudo, à discussão e à divulgação da história e da geografia do Amazonas. “Assumo este assento, não como título, mas como compromisso de honrar quem aqui me antecedeu e como a oportunidade de crescer para melhor servir. Sou filha da Amazônia que pulsa além dos cartões postais, criada por pais trabalhadores que me ensinaram que o conhecimento não é privilégio, mas ferramenta de libertação”, discursou.

Matéria da Ufam como inspiração 

Ela também destacou as três grandes inspirações que contribuíram para a candidatura dela à cadeira de Jean de Léry no IGHA, entre elas, a matéria intitulada ‘Notáveis e imortais - professoras da Ufam no protagonismo do cenário cultural amazonense’, publicada no site da Universidade Federal do Amazonas em 23 de outubro de 2017. “Essa jornada foi guiada por três grandes inspirações que contribuíram para minha candidatura a esta cadeira. A primeira inspiração veio em outubro de 2017 quando, concluindo minha graduação, li uma matéria publicada no site da Universidade Federal do Amazonas intitulada “Notáveis imortais - professoras da Ufam no protagonismo do cenário cultural amazonense”. Aquelas palavras sobre a professora Marilene Corrêa, à frente do IGHA, e sobre a professora Rosa Brito, a primeira mulher a presidir a Academia Amazonense de Letras, ficaram gravadas em mim. Lembro-me, particularmente, da reflexão da professora Rosa sobre seu ingresso como segunda mulher na Academia Amazonense de Letras, 50 anos após a Violeta Branca, fruto de sua inquietude de questionar essa ausência. Hoje, com profunda honra, uno-me às valorosas doze colegas que compõem o quadro de sócias efetivas deste Instituto. A segunda inspiração nasceu da História Social, campo de estudo que demonstra como as experiências dos trabalhadores constitui parte fundamental de nossa memória coletiva. Minhas pesquisas sobre os trabalhadores em Manaus, no final do século XIX e início do século XX, buscam contribuir para esse diálogo entre a academia e a sociedade, seguindo o exemplo de mestres como Edinea Mascarenhas Dias, cuja obra ‘A ilusão do fausto’ desvelou as contradições da Manaus da Belle époque, como ela magistralmente demonstrou, por trás do fausto, dos teatros de ópera, dos palacetes afrancesados, havia uma cidade onde 80% da população era analfabeta e onde as políticas de embelezamento urbano serviam mais para segregar do que para incluir. Seu trabalho discute justamente essa tensão entre o projeto civilizatório das elites e a realidade dos trabalhadores anônimos que sustentavam, muitas vezes, com suor e sangue, o chamado progresso amazônico. É nessa mesma perspectiva que minhas investigações sobre os trabalhadores da Manaus da borracha buscou compreender como se deu na prática cotidiana essa construção desigual da cidade. A terceira inspiração vem da própria Amazônia e de idealizadores como José das Graças Barros de Carvalho, cujo discurso de posse, em 1969, já alertava sobre a necessidade da ocupação responsável. Se então ele via na Zona Franca de Manaus, um projeto de soberania, hoje podemos integrar o conhecimento tradicional e científico para o desenvolvimento verdadeiramente sustentável. É movida por essas convicções  que aceito esta cadeira, certa de que a melhor homenagem a Jean de Léry e a meus antecessores é dar continuidade a seu espírito investigativo, agora com os desafios e as oportunidades de nosso tempo”, ressaltou a nova ocupante da Cadeira de Jean de Léry.

Saudação 

A saudação à nova integrante do IGHA foi proferida pela professora Marilene Corrêa, que ocupa, no IGHA, a cadeira que tem como patrono João Francisco Lisboa, intelectual que pensava na integração da Região Norte. “A influência da ‘Escola dos Annales’ na historiografia do Amazonas é notável, perceptível, apesar de recente, com menos de 50 anos, especialmente na crítica aos fundamentos da historiografia oficial, no desenvolvimento de uma história cultural, na abordagem interdisciplinar da pesquisa histórica, configurando um novo campo e hábitos de pesquisa acadêmica. Nossa associada viveu a singularidade dessa mudança como egressa do curso de História e mestre em História pelo PPG da Ufam. É só lembrar de onde surgiu o curso de História, do fragmento corajoso do Departamento de Ciências Sociais e a desenvoltura de termos hoje a graduação, o mestrado e o doutorado, a formação acadêmica plena dos novos pesquisadores da História”, expôs. “Minhas senhoras e meus senhores, a palavra da nossa associada, aqui materializada no seu discurso, é a sua palavra, é a sua responsabilidade em nosso círculo de ideias, que são também compromissos compartilhados por todos nós. Bem-vinda, Dhyene Vieira dos Santos”, acolheu a oradora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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