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Diálogo sobre Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia reúne pesquisadores e gestores públicos

Publicado: Quarta, 16 de Abril de 2025, 11h49 | Última atualização em Quarta, 16 de Abril de 2025, 13h43 | Acessos: 266

Diretora executiva da OCTA, Vanessa Grazziotin, e secretário do MCTI, Daniel Almeida Filho, expuseram as frentes de atuação do organismo internacional e da Setec/MCTI, respectivamente

Na manhã desta quarta-feira, 16, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) sediou o “Diálogo sobre Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia”, promovido pelo Centro de Ciências do Ambiente (CCA) e realizado no Auditório Vitória Régia, no prédio daquele órgão suplementar. A atividade teve como expositores a diretora executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Vanessa Grazziotin, e o secretário de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), Daniel Almeida Filho.

A abertura dos trabalhos ficou a cargo do anfitrião, professor Sylvio Puga. O reitor mencionou o protagonismo da Ufam no contexto da pesquisa em tecnologia, inovação e sustentabilidade com foco na região amazônica. Sylvio Puga compartilhou a notícia de que a Universidade manteve o conceito 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), indicador que avalia a qualidade do conjunto dos cursos de graduação ofertados no País. Ele também destacou a importância da gestão em pesquisa, citando a atuação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), e exaltou a iniciativa de se promover o debate entre os produtores de inovação no contexto da Amazônia e os responsáveis por gerir as políticas públicas e garantir o fomento, considerando as demandas locais.

Com transmissão ao vivo, o Diálogo reuniu pesquisadores ligados a grupos de pesquisa credenciados junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); representantes de instituições de ensino e pesquisa sediadas no Amazonas, públicas ou privadas; e representantes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam). Após as apresentações, os participantes passaram a interagir com os dois expositores, compartilhando problemáticas regionais, demandas específicas e propostas de trabalho em torno da temática tratada. Em linhas gerais, as intervenções críticas da plateia reforçaram a necessidade de um olhar atento à realidade das pessoas que vivem na Amazônia, devendo ela ser considerada, por exemplo, no processo de elaboração dos editais públicos de fomento à pesquisa em tecnologia e inovação.

Diretor do CCA e Líder do Grupo de Pesquisa em Energia, Clima e Desenvolvimento Sustentável (Upec), o professor Eron Bezerra mediou o debate. Ao iniciar a atividade, ele reforçou a proposta do evento: “Aprofundar esse conhecimento, debater de que modos nós podemos acessar as linhas de pesquisa para potencializar ainda mais a infraestrutura que desenvolve pesquisa e inovação na Amazônia. Desse modo, nós caminhamos a passos largos para reduzir as assimetrias regionais históricas”.

 

Organização do Tratado de Cooperação Amazônica

Vanessa Grazziotin atua como diretora executiva da OTCA, organismo internacional cujo papel é central na coordenação entre os países membros, promovendo, desde a década de 1970, ações conjuntas e estratégias de financiamento climático. “A OTCA é essencial para fortalecer a posição da Amazônia, onde estão a maior floresta tropical e a maior reserva de água doce (de superfície) do planeta, e, com isso, garantir que os compromissos ambientais assumidos possam se traduzir em ações concretas”, disse ela.

Na Declaração de Belém, assinada em 2023, os presidentes amazônicos afirmaram estar convencidos de que “a cooperação e a integração” devem ser “exercitadas em benefício do desenvolvimento sustentável aliado à conservação ambiental”, respeitando a soberania dos países envolvidos. Agora em 2025, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada na cidade de Belém-PA, está na pauta do dia de articulação da OTCA.

Hoje responsáveis pelas decisões no âmbito da OTCA, os chanceleres dos oito Estados-membro criaram, por meio da Resolução XIV MRE-OTCA 13, a Rede Amazônica de Inovação e Difusão Tecnológica, formada por instituições como o Inpa, o Museu Emílio Goeldi e o Instituto Mamirauá, entre outras. Na Resolução XIV MRE-OTCA 16, foi estabelecido o Painel Técnico-Científico Intergovernamental para a Amazônica, cujo escopo é orientar a formulação de políticas públicas regionais. Já na Resolução XIV MRE-OTCA 26, a Organização reativou o mecanismo de cooperação e intercâmbio com a Associação de Universidades Amazônicas (Unamaz), promovendo a adesão de novas instituições. A diretora executiva mencionou ainda que o organismo internacional terá acesso, por exemplo, a um financiamento superior a 30 milhões de reais para pesquisas na Amazônia Legal, desde que elas resultem de parcerias com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) sediadas nos países membros da OTCA.

MCTI – recursos para a Amazônia

Secretário de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), o neurocientista Daniel Almeida Filho alertou que, hoje, o maior compromisso do País é trabalhar a reindustrialização a partir de bases sustentáveis. “A ciência é o melhor método para se compreender o funcionamento das coisas. A tecnologia são as formas de aplicar esse conhecimento para criar soluções. Já a inovação seria a aplicação da ciência e da tecnologia com a finalidade de gerar valor, e não apenas financeiro, mas também social e ambiental”, disse ele.

Prosseguiu explicando a missão institucional da Setec/MCTI: “A Setec promove a criação de tecnologias e de inovação, mas inovar é algo muito complexo, sobretudo pela capacidade de geração de valor. Na neurociência, por exemplo, não havia ferramentas para investigar o cérebro há apenas cem anos; hoje, se produz uma quantidade enorme de dados. Nosso desafio é compreender quais as perguntas podem ser respondidas com as tecnologias disponíveis. Na Setec, há um departamento responsável pela incubação de ideias, transformando-as em um mínimo produto viável ou numa prova de conceito. Depois, aceleramos o processo para viabilizar o crescimento e a autonomia das empresas. Os incentivos fiscais e a subvenção econômica são os mecanismos pelos quais a Setec compartilha o risco com as novas empresas, permitindo que elas inovem de forma disruptiva”, detalhou o secretário do MCTI.

Ele prosseguiu: “O Processo Produtivo Básico (PPB) é a exigência de que haja um nível mínimo de inteligência e autonomia nas cadeias produtivas no Brasil, para favorecer o desenvolvimento tecnológico nacional. Induzir o desenvolvimento tecnológico é uma forma de baratear os custos da aplicação de tecnologias nos variados segmentos. Os sistemas de geração de energia solar, por exemplo, tiveram seus custos reduzidos, o que facilitou o alcance a essa tecnologia. A indução deve ser promovida principalmente pelo poder público, a fim de garantir autonomia para os setores estratégicos. Autonomia tecnológica é sinônimo de soberania nacional”.

 

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