Ctic/Ufam comemora seus primeiros 50 anos
No conjunto de inovações recentes, estão o Ingresso, que tornou totalmente digital o processo de matrícula institucional, e o Sistema Acadêmico Unificado de Informação e Monitoramento (Sauim), para gerenciamento de informações como os índices de evasão e retenção. E o Ctic já se prepara para lançar o diploma digital
Texto e fotos: Cristiane Souza | Revisão: Rozana Soares
Há meio século, o Centro de Tecnologia da Informação e da Comunicação (Ctic) realiza um trabalho vital para a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pois gerencia os processos de criação e aprimoramento de tecnologias, aplicações e sistemas estratégicos para que a Instituição possa prestar serviços de excelência à sociedade. O “Jubileu de Ouro”, comemorado nesta sexta, 29, ocorreu no auditório Eulálio Chaves, no setor Sul do campus Sede, com homenagens a servidores aposentados ou ativos com pelo menos dez anos de atuação no setor. O evento foi presidido pelo reitor, professor Sylvio Puga.
Na abertura da solenidade, um vídeo institucional reconheceu o pioneirismo do setor para o desenvolvimento da área computacional no Amazonas. Em seu discurso, o reitor lembrou dos quão visionários foram os gestores da Universidade na época. “Lá atrás, há 50 anos, o professor Áderson Dutra (reitor) e o professor Octávio Mourão (vice-reitor) já tinham a visão de que seria essencial criar um setor para gerir os dados e as informações. Nós temos o vídeo, mas seria bom documentar também essa rica história num e-book, em parceria com a Edua [Editora da Ufam]”, afirmou o professor Sylvio Puga. Disse ainda que tem trabalhado para buscar os recursos necessários para a construção de um prédio próprio para o Ctic.
Atualmente, o Ctic conta com 47 servidores em atividade, distribuídos entre as coordenações de Sistemas, Infraestrutura, Serviços de TIC, Segurança da Informação e Projetos e Processos. O perfil de atuação do órgão suplementar se transformou ao longo dessas cinco décadas, passando de uma estrutura com função meramente operacional de apoio ao trabalho administrativo para um centro estratégico onde são gestadas propostas nas variadas frentes, desde a gestão do data center da Ufam até a digitalização integral de processos como a matrícula institucional e o monitoramento dos índices de evasão e retenção, apenas para citar projetos em colaboração com a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), cliente e parceira em termos de desenvolvimento de soluções.
Homenagens
Joaquim Meredith tem 48 anos de Ufam e permanece todo esse tempo no Ctic. Como o servidor mais antigo em atividade no Ctic, ele foi o grande homenageado do dia, recebendo um certificado e uma placa de reconhecimento. “Eu comecei praticamente junto com o Setor de Processamento da Dados, só dois anos depois de ter sido criado. Então eu fui galgando os espaços lá dentro e até hoje estou no Ctic, como secretário”, disse o homenageado. Além dele, também foram agraciados servidores com mais de dez, 20 e 30 anos de atuação no órgão suplementar. Veja a lista completa a seguir:
Aposentados: Agostinho Eraldo Ausier Correa, Elias Lima Fragoso, José Adriano Sampaio de Sá, Oraci Barbosa Guimarães e Rui Nilson Lopes dos Santos;
Ex-diretores: Fares Franc Abinader Rodrigues, Altigran Soares da Silva, Cilene Dantas das Chagas e Ronny Peterson Guimarães;
Mais de 10 anos: Arlinton José Lima Coutinho, Carlos Daniel Silva Ribeiro, Diogo Soares Moreira, Gilberto Aires Libânia, Hebe Ribeiro do Carmo, Helmer Augusto de Souza Mourão, Jorge Carlos Magno Silva de Lima, Marcelo da Costa Cruz, Marcia Regina Moraes de Paula, Osvaldo Tavares Viana Júnior e Ygor Martins da Silva;
Mais de 20 anos: Elizeu Lucas de Carvalho, Oldemar Diony Marinho Pereira Júnior, Lourdes de Fátima Moraes de Souza Saldanha e Reyson Charlys Souza Afonso.
Mais de 30 anos: Maria do Céu Medeiros (38 anos) e Nilson Barroncas Maquiné (38 anos);
Mais de 40 anos: João Bosco Leão Carneiro (42 anos) e Joaquim Meredith (48 anos).
Entre os homenageados, o professor Altigran Soares da Silva começou no Ctic como estagiário, ainda quando eram usados cartões perfurados e programação em Fortran, e também foi gestor do Centro no período de 2003 a 2006, quando a estrutura foi trazida para o setor Norte do campus Sede. “O Ctic funciona como uma estrada informacional que liga todos os setores da Ufam. Historicamente, ele é uma das referências para a computação no Amazonas, no vetor de processamento de dados. Inclusive, foi de lá que partiu a primeira mensagem via internet, ainda com a chamada bitnet”, recordou o professor Altigran Soares.
Conquistas e perspectivas
Na segunda gestão como diretor do Ctic, o TAE Carlos Magno de Lima fez um apanhado sobre as principais conquistas históricas e recentes encabeçadas pelo setor, frisando sobretudo a mudança de escopo do Ctic. “É impossível não reconhecer a visão arrojada dos pioneiros que deram os primeiros passos. Foi no antigo SPD que se criou o primeiro sistema de matrícula informatizada do País, inclusive adaptado para outras universidades. Em 2010, foi implantado aqui um dos mais modernos data centers da região Norte, e hoje também temos a integração dos setores do campus via fibra óptica. No ano de 2016, o nome mudou para Ctic; aos poucos, fomos deixando de ser uma unidade apenas operacional e passamos a agir de forma estratégica em temas como governança digital e segurança da informação, entre outros”, sintetizou o titular.
Sobre os próximos passos, o TAE Carlos Magno deu alguns indícios: “Estamos avançando cada vez mais nessa função estratégica para auxiliar a Instituição no planejamento e na tomada de decisões. Olhar para o futuro requer que pensemos sobre o papel da IA [inteligência artificial], no avanço da internet das coisas [IoT], nos modelos e ferramentas de governança digital mobilizados a partir de uma política nacional, na gestão da segurança de informações, por meio do PPSI [Programa de Privacidade e Segurança da Informação], entre outras frentes”, enumerou o diretor do Ctic. “Esperamos, com tudo isso, promover soluções de TIC com eficiência e qualidade, mantendo o compromisso, a excelência e a inovação que nos trouxeram até aqui. Continuemos a inovar, transformar e inspirar. Que venham mais décadas construindo histórias a partir de conexões”, arrematou.
No conjunto de inovações mais recentes, está o Ingresso, plataforma que tornou totalmente digital o processo de matrícula institucional dos graduandos (primeiro vínculo com a Ufam), uma etapa que antes era realizada presencialmente. “O processo de digitalização dessa fase de constituição do vínculo com a Ufam acabou sendo acelerado em decorrência da pandemia, como medida que favoreceu o distanciamento social”, apontou o diretor do Ctic. Outra novidade é o Sistema Acadêmico Unificado de Informação e Monitoramento (Sauim), por meio do qual será possível gerenciar um conjunto amplo de informações sobre os discentes de graduação, tais como os índices de evasão e retenção.
Convidado para a mesa de honra, o pró-reitor de Ensino de Graduação, professor David Lopes Neto, foi enfático em sua fala: “Todas as conquistas da Proeg têm relação com o Ctic. Pensar ideias para desenvolver projetos e produtos sempre foi um processo feito em parceria com eles. Indo além, digo que existe o coração do Ctic em tudo o que fazemos aqui na Universidade”, reconheceu o docente. “O e-Campus está aí, o Sauim está aí, e, em breve, teremos também o diploma digital”, adiantou o professor Davi Lopes, sobre criações voltadas à eficiência dos processos e à entrega de serviços cada dia mais completos.
Acesso ao vídeo institucional
Histórico
O Setor de Processamento de Dados (SPD) já estava previsto desde 1965, no Estatuto da então Universidade do Amazonas (UA) e inaugurado em 1974. Foi em janeiro de 1975 que o órgão suplementar iniciou as atividades, passando a funcionar no prédio das Faculdades de Farmácia, Odontologia e Ciências Sociais, que ficavam no bairro Aparecida, com uma equipe de nove servidores. Seu primeiro diretor foi o professor José Roberto Bianchi.
Uma das primeiras aplicações desenvolvidas no SPD foi o Sistema de Controle Acadêmico (Sisca), já em fevereiro de 1975, com objetivo de informatizar o processo de matrícula institucional. O sistema deu tão certo que foi replicado para outras instituições de ensino superior brasileiras. Com a popularização da internet e o barateamento das tecnologias associadas, o Centro foi o responsável por implantá-la na Ufam e no estado do Amazonas.
Depois do Sisca, o setor desenvolveu e/ou implementou, no âmbito da Universidade, uma série de outros sistemas para viabilizar os processos de documentação e administração nas atividades meio ou nas finalísticas, por exemplo, o Sistema de Vestibular, operado pela então Comvest [hoje Comissão Permanente de Concursos]; o Sistema de Informação para o Ensino (SIE), para tramitação de processos administrativos; a solução VoIP, que reduz os custos da comunicação por voz (telefonia IP); e a rede sem fio “Wi-Fi zone”, que permite a conexão estável e segura em todas as áreas no campus.
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