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Vice-reitor da Ufam participa de lançamento de livro do professor Eron Bezerra

  • Publicado: Sexta, 29 de Novembro de 2019, 15h57
  • Última atualização em Quinta, 20 de Fevereiro de 2020, 15h53
  • Acessos: 1611

Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom Ufam

Com o título “Sustentabilidade, trilhas a percorrer”, o livro publicado editora da Universidade Federal do Amazonas (EDUA) é de autoria do professor Eron Bezerra e contém 239 páginas, divididas em três capítulos. A obra aborda uma nova perspectiva da sustentabilidade sob o olhar da ciência e o lançamento teve a participação do vice-reitor da Ufam, professor Jacob Cohen, e ocorreu na Sala Vitória Régia, no Centro de Ciências do Ambiente (CCA), localizado no setor Sul do Campus Universitário.

Estiveram presentes ao evento o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA), professor Neliton Marques, a representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Aldenira Queiroz, e a inspiradora para a realização da obra, professora Terezinha Fraxe.  

Em pronunciamento, o vice-reitor, professor Jacob Cohen, disse ser uma honra a Administração Superior participar desse momento importante na vida acadêmica do professor Eron Bezerra. “Plantar uma árvore, escrever um livro e ter filhos são desafios que o ser humano pode realizar na sua existência. Nós da Amazônia, sentimos muitas vezes agredidos quando ações ocorrem contra a nossa natureza, a nossa floresta. A tecnologia que temos hoje, os manejos florestais são importantes porque objetivamos ter uma vida melhor, mas o que acontece atualmente é que construímos uma bela casa e moramos no  quintal.  No entanto, precisamos conserva-la pois comparo a casa, a Amazônia, o lugar que precisamos cuidar”, disse o vice-reitor.  

Sustentabilidade

O professor Eron Bezerra realizou explanou quanto ao conteúdo da obra. De acordo com o docente, o livro trata da fundamentação teórica sobre a sustentabilidade à luz do materialismo histórico, da dialética e da ciência. Ele se afasta da dicotomia que sustenta o sinônimo de preservação, indo mais além e conceituando que da síntese ao estilo e a interdependência que busca a redução da dependência. Segundo ele, o processo que não tem essas premissas não seria sustentável. O docente entende que a Academia deve oferecer as ferramentas científicas necessárias para orientar a sociedade quanto à questão da sustentabilidade.  

Partindo desses preceitos, o professor afirmou que a Zona Franca de Manaus não é um projeto sustentável, pois a dependência ao governo federal impossibilita aos seus gestores uma tomada de decisão que inove, revertendo em benefícios sociais à população local. Ele prosseguiu com a explicação fundamentada na história que trata sobre a dificuldade de produção alimentícia no Amazonas, o qual apresentou teorias desfavoráveis a tal atividade econômica que envolve quanto ao clima não apropriado, indolência indígena, falta de tradição, dentre outras.

O docente exemplifica o poder da classe dominante no período áureo da Borracha quando estimulavam o extrativismo do látex em que a tonelada era comercializada por R$ 120 mil, no valor atual. Isso permitiu com que os comerciantes, os barões da borracha, evitasse que o trabalhador produzisse alimentos adequados às suas necessidades.

Após a decadência da borracha, surge a ZFM com cifras altíssimas de faturamento, chegando ano passado, aproximados R$ 85 bilhões, disse o Eron Bezerra que acredita ser mais vantajoso ao empresariado do que produzir alimentos na Amazônia. No livro, ele conta, para tornar o Amazonas alto suficiente de alimentos é preciso a ocupação de 0,48% de seu território, numero insignificante ao que propõe o governo atual que é explorar as riquezas naturais, desmatando a região.

Noutra etapa, o docente apresentou um panorama histórico de como a sociedade se relacionou com os recursos naturais, mencionando os grandes naturalistas que estiveram em nossa região, demonstrando que a consciência é o produto da realidade material objetiva.

“O nosso conhecimento acadêmico não deve afrontar e desautorizar o conhecimento tradicional que é rico e é composto pela sociedade”, comentou o professor, ao exemplificar uma economia sustentável como a criação de uma fábrica de bacalhau da Amazônia, no município de Maraã (distante 615 km de Manaus), a qual agregou valor ao produto amazônico.

Já finalizando a apresentação da obra, o professor Eron Bezerra apresentou alternativas de sustentabilidade, dentre elas, ações inovadoras que podem possibilitar a Academia desenvolvê-las como solução dos problemas que afetam a sociedade, permitindo com que a sociedade possa decidir qual é o melhor caminho em benefício do coletivo tendo como base o desenvolvimento sustentável.

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