II Jornada de Folkcomunicação na Amazônia discute desafios do rádio como meio popular
Por Gabriel Bravo e Cristiane Barbosa
Editado por Irina Coelho/Equipe Ascom
Nesta quarta-feira, 27, o pesquisador e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor Luiz Arthur Ferraretto, esteve na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para proferir a palestra ‘Desafios do rádio como um meio essencialmente popular na programação’, como parte da programação da II Jornada de Folkcomunicação na Amazônia.
Segundo Ferraretto, o rádio é um meio influenciador. Para ele, em uma democracia, fora espaços editoriais claramente definidos, o rádio não deveria ter lado. “Comunicadores não são antagonistas de fontes, nem propagandistas de ideias. Também não substituem a opinião de especialistas”, explicou e destacou que a base deve ser a ética e a técnica, nunca a ideologia.
Durante a palestra, o professor esclareceu também que se pode considerar que estamos na nova era de ouro do áudio, a partir dos podcasts, o que requer cada vez mais profissionais tecnicamente bem preparados. Ele define que o jornalista passou a ser um produtor multimídia e citou que algumas rádios começaram a produzir também conteúdos em vídeo, ressaltando a sua visão. “Todo mundo que trabalha com rádio deveria saber: as pessoas querem fazer outras coisas enquanto recebem informação”, afirmou o pesquisador.
Mesa de Conversa
Na mesa de conversa que antecedeu a palestra do professor Luiz Arthur Ferraretto, docentes e profissionais da comunicação debateram sobre a ‘Folkcomunicação: a mídia dos grupos subalternos’. A mesa foi composta pelos professores de jornalismo da Ufam, Allan Rodrigues e Adelson Costa, pelo jornalista e pesquisador, Wilson Nogueira, e foi mediada pela docente de Relações Públicas da Ufam, professora Inara Costa.
Questionados sobre o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores representações folclóricas do Amazonas, enquanto uma comunicação de grupos subalternos que cada vez mais ganha espaço na mídia de massa, os debatedores deram suas visões.
“O festival é uma manifestação popular que se articula com todos os movimentos da sociedade, até mesmo com a mídia, essa articulação, no entanto, sempre é muito tensa”, destacou o pesquisador Wilson Nogueira. O docente Allan Rodrigues ressaltou, ainda, que o folclore não é estático, e citou a crescente preocupação com questões raciais e de grupos LGBT no Festival como exemplo dessa mudança.
Programação em Parintins
O coordenador da II Jornada de Folkcomunicação, professor Allan Rodrigues, informou que a programação tem continuidade no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Ufam e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Parintins, nesta quinta e sexta-feira, 28 e 29 de novembro. “O evento chega em sua metade em Manaus, começamos dia 25 de novembro com uma vasta programação. De lá para cá, já tivemos exposições de fotos, palestras, oficinas, mostras de documentários. Agora, partimos para Parintins a fim de dar continuidade nessa programação, que compreende em outras apresentações, mostras e debates. São cinco dias de muita discussão, muito debate e muita troca de experiência no campo da Folkcomunicação”, finalizou.
Sobre a Jornada
Organizada pelo Grupo de Pesquisa Trokano da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Ufam, a Jornada objetiva promover debates sobre questões relativas às interfaces entre a comunicação, a cultura popular e o desenvolvimento sustentável. O evento conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e faz parte da programação da 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Confira a programação completa em Parintins no instagram do evento:@jornadafolkcomunicacao.
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