Professora da Ufam participa de audiência pública no Senado Federal para discutir ‘Violência estrutural contra as mulheres’ amanhã, 20
A professora Milena Barroso, docente do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (campus Parintins), participa, na próxima quarta-feira (20), em Brasília, no Senado Federal, de audiência pública sobre a “Violência estrutural contra as mulheres”. A atividade foi um convite feito pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher presidida pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) e requerida pela deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
A audiência pública foi marcada a partir dos resultados da pesquisa de doutorado feita pela docente Milena Barroso no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Uerj, onde a professora da Ufam analisou a violência estrutural contra as mulheres no contexto dos grandes projetos da Amazônia, especificamente, a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Pará.
Segundo a pesquisadora a violência estrutural contra as mulheres pode se expressar de várias formas e a partir de várias mediações. “A violência contra as mulheres pode ser sintetizada na expropriação-opressão, exploração das terras, espaços e corpos das mulheres, com destaque para o estupro, mas também sob outras expressões, algumas comumente reconhecidas (como é o caso da violência conjugal e do assédio moral e sexual), e outras escondidas nas relações sociais, quer pelas violências mais diretas, quer pela própria dinâmica das relações que a naturalizam – o etnocídio, a expropriação de terras, a exploração do trabalho, o racismo contra as mulheres indígenas, ribeirinhas e negras”, explicou.
A pesquisa da professora apontou também que o enfrentamento à violência contra as mulheres pelas políticas de Estado, quando ocorre, dá-se com foco na violência doméstica e na responsabilização e culpabilização individual dos sujeitos. Segundo a professora novos patamares de sociabilidade não são possíveis se as relações continuarem a ser fragmentadas, responsabilizando individualmente os sujeitos e buscando soluções nas “grades” e “prisões”.
A audiência pública contará também com a presença de outras pesquisadoras brasileiras que estudam a temática, além da Coordenadora da Frente Parlamentar Feminista e Antirracista, a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ), e da Coordenadora Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara.
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