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34º Conic celebra “Ciência na Amazônia” em três dias de evento

  • Publicado: Quarta, 03 de Dezembro de 2025, 13h34
  • Última atualização em Quarta, 03 de Dezembro de 2025, 13h58
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Edição reúne mais de 1.800 estudantes para programação com exposição de banners e comunicações orais de projetos de pesquisa desenvolvidos entre os anos de 2024 e 2025

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realiza, de 3 a 5 de dezembro, a 34ª edição do Congresso de Iniciação Científica (Conic), com o tema “Ciência na Amazônia: Integrando Saberes, Inovação e Sustentabilidade”. A abertura ocorreu na manhã de hoje, 3, no auditório Eulálio Chaves, localizado no setor Sul do Campus Sede. Até esta sexta-feira, 5, discentes-pesquisadores participam do evento representando todas unidades acadêmicas da Instituição, localizadas em Benjamin Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara, Parintins e Manaus.

Com o total de 1.812 inscritos, 417 resumos expandidos dos Institutos fora da Sede, entre comunicações orais e banners, 845 comunicações orais e mais 823 banners relativos a pesquisas realizadas nas unidades da capital, o Congresso tem o objetivo de dar visibilidade à produção científica no âmbito da graduação. O evento reúne trabalhos de bolsistas e voluntários do Programa Institucional de Iniciação Científica (Pibic), do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) e do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic).

A reitora da Universidade, professora Tanara Lauschner, iniciou sua intervenção agradecendo a todos os segmentos comprometidos com a realização desse que é o maior evento da pesquisa no âmbito da Ufam, pois promove o diálogo entre pesquisadores em todos níveis, mas tem a proposta de valorizar aqueles que estão iniciando essa jornada na graduação. Outro aspecto destacado pela reitora foi a construção colaborativa com os cinco campi fora da Sede, que selecionaram e enviaram seus representantes, entre docentes e discentes, para participarem desta programação geral, a qual será finalizada com a premiação dos melhores trabalhos de cada área.

“O vídeo [com relatos e imagens dos eventos ocorridos em novembro, nos campi fora da Sede] mostra o quanto é importante incentivar a iniciação científica no Brasil. O Pibic é um programa que ajuda a formar cientistas, mas sobretudo cidadãos com senso crítico. Num contexto de tanto negacionismo científico, é essencial produzir e mostrar a ciência que nós produzimos aqui na Amazônia, onde há a maior floresta tropical do planeta, reconhecendo a importância dos saberes tradicionais. Para os grandes problemas do clima, não existe alternativa que não passe pela ciência”, discursou a professora Tanara Lauschner.

Completando neste dia 3 de dezembro cinco meses de gestão, ela fez alguns anúncios: “Ontem foi o último dia para fazermos empenhos. E nós conseguimos empenhar 100% do crédito orçamentário previsto. Para 2026, eu tenho certeza de que teremos notícias muito boas em relação ao orçamento. Outra boa notícia é que fomos convidados pelo Ministério do Desenvolvimento Social [MDS] para integrar o projeto piloto de uma ‘Cuidoteca’, um lugar de acolhimento dos filhos e das filhas de nossos discentes. A previsão inicial é para funcionamento no período noturno, quando não há política pública de creche disponível. Ele terá início em Manaus, mas a nossa proposta é ampliar para todas as unidades”.

Esforço conjunto, resultado coletivo

Além da reitora, que presidiu a solenidade, a mesa de honra foi composta pelos seguintes membros: a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Adriana Malheiro; o pró-reitor de Inovação Tecnológica, professor Dalton Chaves; a diretora do Departamento de Pesquisa da Propesp, professora Dominique do Carmo; a diretora do Departamento de Avaliação e Acompanhamento dos Programas de Pós-Graduação da Propesp, professora Gisele Resende; o representante dos Comitês Científicos das Unidades fora da Sede, professor Vaírton Radmann; o representante dos Comitês Científicos das Unidades da capital, professor Ronilson Freitas; e diretor técnico-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e também docente da Ufam, Hedinaldo Silva.

Responsável pela gestão do Congresso, a titular da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Adriana Malheiro, comemorou o início das atividades. “Nós fizemos o melhor porque a nossa comunidade acadêmica merece. Temos mais de 1.800 participantes, e ficamos muito contentes com o empenho das equipes, em todos os níveis. Hoje nós estamos apenas começando. Temos muito trabalho a  fazer até sexta-feira”. 

“Tivemos a oportunidade de ir prestigiar algumas das seletivas, estive em Parintins e em Benjamin Constant. Foi excelente estar com alguns comitês locais, dialogar com os estudantes e poder construir uma relação cada vez mais próxima. Nós conseguimos trazer sete estudantes de Parintins, cinco de Coari e quatro dos demais municípios [Benjamin Constant, Humaitá e Itacoatiara]”, disse ela. A pró-reitora agradeceu os parceiros da Universidade, como a Fapeam, que oferta 446 bolsas para financiar a iniciação científica na Instituição. “Temos ainda 560 bolsas próprias e cerca de 250 do CNPq”, completou.

Uma das participantes do evento é a Pró-Reitoria de Inovação Tecnológica (Protec), cujos bolsistas e voluntários da graduação também apresentam seus trabalhos no Conic. “Nesse sentido, nós nos diferenciamos do Pibic por apresentar resultados com características diferentes, a exemplo de produtos. Eventos como este nos ajudam a mostrar para a sociedade a contribuição da Ufam”, ressaltou o pró-reitor, professor Dalton Chaves.

“A iniciação científica foi muito importante na minha própria trajetória. Isso agrega muito para a gente, em termos de desenvolvimento científico, mas também pessoal, na interação social. No meu tempo de estudante, o Pibic ainda era muito restrito, com poucas oportunidades. Quando ingressei no mestrado, era possível notar que havia uma base diferenciada de quem ingressa na pós-graduação com essa bagagem”, ressaltou ele.

Nos bastidores, atuaram sobretudo as diretoras de departamento da Proesp e os membros dos comitês científicos das áreas e dos institutos. O trabalho tático e operacional foi reconhecido nos discursos. “Representando os Comitês Científicos das unidades fora da Sede, o professor Vaírton Radmann, do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá, disse: “Eu preciso agradecer docentes, discentes e TAEs de cada um dos campi do interior. Hoje nós celebramos o sucesso que foram as etapas do Conic nessas unidades. É muito importante para nós a oportunidade de trazer os melhores trabalhos de cada Instituto”.

“Eu represento aqui os professores da capital que colaboram como avaliadores. Aceitei o encargo de coordenar o Comitê da área da Saúde porque eu acredito na força que tem a construção do conhecimento, que é produzido a partir da pesquisa. Assim como o conhecimento mudou a minha vida, a iniciação científica tem mudado a vida de muitas pessoas no Amazonas. É desses programas que saem os grandes pesquisadores”, disse o representante dos Comitês Científicos da capital, professor Ronilson Freitas.

A diretora do Departamento Avaliação e Acompanhamento dos Programas de Pós-Graduação da Ufam, professora Gisele Cristina Resende, destacou a integração entre graduandos, docentes e pós-graduandos. “Nós trazemos para o congresso todo o fruto do nosso trabalho. São três dias de comunicações orais, apresentações de trabalhos… é um momento em que os estudantes podem construir junto com os seus orientadores e com os pesquisadores de pós-graduação também”, disse. Já os voluntários que atuam diretamente na programação, desde o credenciamento, foram mencionados pela diretora do Departamento de Pesquisa da Propesp, professora Dominique do Carmo.

Ciência & Tecnologia

Realizada a abertura, a agenda seguiu com a palestra “Ciência e Tecnologia: Pra quê?”, feita pelo pesquisador André Luís Willerding. Ele iniciou situando que também é oriundo da iniciação científica, a qual foi a sua base primeira na trajetória de pesquisador. Já entrando no tema da palestra, Willerding alertou que “ciência e tecnologia são, na verdade, um binômio - ciência é o conhecimento e tecnologia é a ferramenta - uma retroalimenta a outra”.

“Quando se fala de Amazônia, de fato ela tem potencial para se tornar um laboratório vivo no planeta. Porém, ainda estamos muito aquém daquilo que é possível fazer. Antes de tudo, precisamos compreender que a Amazônia não é única; ela funciona como um mosaico. Nosso olhar deve ser para uma Amazônia que é conjunta e conectada. Podemos pensar na metáfora dos rios como artérias para a circulação e a conectividade”, informou o palestrante.

Prosseguiu o professor e pesquisador André Luís Willerding: “O que significa trabalhar com a floresta em pé e como se pode atuar em conjunto com os conhecimentos tradicionais? A biodiversidade tem valor? Tem sim. E esse valor pode ser ecológico, espiritual e até econômico. Mas a biodiversidade só terá esse último tipo de valor na medida em que tiver uso. Um circuito que só é fechado  pelo uso e pela conservação. Até 1992 [na Eco 92], a biodiversidade era considerada ‘patrimônio da humanidade’. Depois, ela passou a ser vista como ‘patrimônio genético de cada nação’".

"Nós estamos hoje diante do chamado ‘paradoxo da mega diversidade’ [em que os países desenvolvidos têm as ferramentas, mas são aqueles em desenvolvimento que dispõem de grande parte da biodiversidade mundial]. Isso significa que precisamos criar ferramentas, tecnologias, para utilizar na biodiversidade. É um trabalho que envolve acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado. Atuar com a floresta em pé é trabalhar com produtos não madeireiros. Na Amazônia, há mais água na atmosfera do que nos rios; e para manter o equilíbrio desse circuito climático, é preciso manter a floresta em pé”, explicou o palestrante.

Confira a programação completa

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