Conferência Luso-Brasileira sobre Ciência Aberta é realizada, pela primeira vez, em Manaus
Sessão solene de abertura do evento foi realizada na manhã desta terça-feira, 1º, no Salão Rio Solimões, no Prédio Anexo ao Centro Cultural Palácio Rio Negro
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam
Organizada anualmente pela Universidade do Minho, pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), em parceria com instituições locais, a Conferência Luso-Brasileira sobre Ciência Aberta chega à sua décima edição. Realizada pela primeira vez em Manaus, a conferência tem a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), o Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) como integrantes da comissão organizadora local.
Acesso aberto ao conhecimento
Durante a solenidade de abertura, realizada na manhã desta terça-feira, 1º, no Salão Rio Solimões do prédio anexo ao Centro Cultural Palácio Rio Negro, o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, destacou a importância do evento que reúne as comunidades portuguesa e brasileira para debater as políticas relacionadas com o acesso aberto ao conhecimento. “Comecei minha vida acadêmica na Ufam há 21 anos e, nos primeiros meses como professor, fui convocado para dar aulas presenciais no município de São Gabriel da Cachoeira, município distante 870 quilômetros em linha reta de Manaus. Este município tem como característica possuir 90 por cento de sua população indígena, sendo, portanto, um município de caráter ‘sui generis’. Foi uma experiência enriquecedora. Mas vocês devem estar se perguntando o que São Gabriel tem a ver com a Confoa? Exatamente o conceito de ciência aberta e sobre levar informação para as populações tradicionais da Amazônia, de como o que produzimos na Universidade pode chegar aos nossos caboclos, aos nossos ribeirinhos, às pessoas que estão no interior do nosso estado. Penso que esse é o papel da nossa Universidade. Então, aqui na abertura da Confoa, reafirmo o compromisso amazônico da nossa Universidade com o conhecimento universal e libertador”, ressaltou o gestor.
Repositório institucional
A coordenadora local do evento e docente do departamento de Biblioteconomia da Ufam, professora Célia Simonetti Barbalho, deu as boas-vindas aos congressistas e ressaltou que a Amazônia brasileira tem se destacado no fomento da ciência aberta. “Sejam todos bem-vindos à Amazônia brasileira, a nossa querida Manaus e à 10ª edição da Confoa. Realizar este evento em Manaus foi um grande desafio para nós, especialmente porque ficamos com a missão de levarmos os congressistas a uma verdadeira imersão amazônica. A região amazônica tem características especiais. Aqui produzimos conhecimentos e colocamos à disposição do mundo. A ideia é que todos possam ser beneficiados pelos conhecimentos produzidos pela Universidade. A Amazônia brasileira tem se inserido de forma efetiva na maneira de fazer ciência aberta e uma demonstração disso é a existência da única rede de repositórios institucionais da região Norte. Não foi tarefa fácil, mas está construída e à disposição de todos que queiram acessar as pesquisas produzidas aqui na Amazônia”, discursou a coordenadora.
Fortalecimento da Ciência Aberta
O chefe de Informação Científica da Fundação de Informação Científica para a Ciência e Tecnologia de Portugal, engenheiro João Moreira, destaca o fortalecimento da ciência aberta. “Os desafios ainda são muitos, mas temos percebido, nos últimos anos, que o movimento Ciência Aberta tem se fortalecido. O movimento valoriza o acesso, não apenas ao produto final da pesquisa, que pode ser um artigo ou uma tese, mas a partilha e a reutilização dos dados e algoritmos que foram utilizados no processo de pesquisa como ferramentas. Dessa forma, as pessoas podem ter acesso a informações levantadas por outro pesquisador e fazer uso das mesmas para confeccionar outros artigos e estudos”, afirmou o gestor.
Mesa de honra
Além do reitor da Ufam, professor Sylvio Puga; da coordenadora local do evento, professora Célia Simonetti Barbalho, e do chefe de Informação Científica da Fundação de Informação Científica para a Ciência e Tecnologia de Portugal, professor João Moreira; compuseram a mesa de honra as autoridades das instituições organizadoras, entre elas, o representante do prefeito de Manaus, Rodrigo Teles Araújo; o diretor dos serviços de Documentação da Universidade do Minho, doutor Eloy Rodrigues; a diretora do Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia, professora Cecília Oliveira; o reitor do Instituto Federal e Tecnológico do Amazonas (Ifam), professor Antônio Venâncio Castelo Branco; a pró-reitora de Planejamento da Universidade do Estado do Amazonas, professora Olívia Simão, que representou o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o doutor José Laurindo Campos, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Programação
Entre os palestrantes do evento estão Björn Brembs, da Universidade de Würzburg, que proferirá a conferência de abertura “More than just acess: scholarship is in need of infrastructure reform” e Fábio Castro Gouveia, que proferirá a palestra “Análise de redes sociais de periódicos de acesso aberto e fechado: um olhar a partir das escolhas dos doutores no Lattes”. Confira a programação completa.
Expectativa
O professor Thiago Dias, do CEFET de Minas Gerais, comentou sua expectativa em relação ao evento. “Acomodada na bela região amazônica, e em um período em que a ciência aberta atrai grande atenção da comunidade científica, a expectativa é de intensa discussão e troca de experiências entre todos os participantes, de diversas partes do País e de pesquisadores estrangeiros”, declarou o docente, que apresentará um trabalho sobre a utilização do lattes DataXplorer, no próximo dia 4 de outubro.
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