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Evento celebra os noventa anos da imigração japonesa para a Amazônia Ocidental. Professor Masato Ninomiya palestrou

  • Publicado: Terça, 03 de Setembro de 2019, 15h50
  • Última atualização em Sexta, 20 de Setembro de 2019, 10h42
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A presença nipônica na Amazônia não é de hoje. Na verdade, em 2019 se comemoram os 90 anos de imigração japonesa para a região. Com eles, trouxeram parte da cultura, da visão de mundo e do legado de resiliência e coragem, características que agregaram ao nosso cotidiano amazônida ao longo de nove décadas de história em comum. Para celebrar a data, o Consulado-Geral do Japão em Manaus realizou, na noite de segunda-feira, 2, palestra do professor Masato Ninomiya, no auditório Rio Solimões do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (IFCHS/Ufam).

Esta Instituição também é uma fomentadora da cultura nipo-brasileira, inclusive, ofertando o curso de Letras – Língua Japonesa, haja vista o número considerável de descendentes japoneses, sobretudo os koutakuseis. Assim, oferta formação universitária de professores e educadores japoneses e nikkeis, ainda com enfoque na demanda pela língua no Distrito Industrial. Assim, o evento contou com a presença de discentes e docentes da graduação.

O professor Ninomiya é doutor em Direito pela Universidade de Tóquio, titulado ainda no ano de 1981. Atualmente, leciona na Universidade de São Paulo (USP) e possui ampla experiência nas áreas de Direito Internacional do Trabalho, produzindo nos temas de Direito Internacional Privado - Brasil, Direito Internacional Privado - Japão, Direito Comparado, trabalhadores no Japão e remessas internacionais. Foi nessa perspectiva que desenvolveu a fala dele.

Em sua fala, o docente tratou, sobretudo, de esclarecer alguns aspectos do ponto de vista jurídico e econômico das relações entre japoneses e brasileiros, tanto daqueles que vêm para o Brasil, quanto destes que vão para o Japão. “Os chamados decasségui são as pessoas que buscam trabalho em outros países de forma temporária. No ápice de momentos de crise da economia brasileira, muitos nacionais foram para o Japão em busca de oportunidades, especialmente nas décadas de 1990 e depois de sentirem os reflexos da crise de 2008. Vejam que, em 1996, por exemplo, esses mais de 220 mil brasileiros conseguiram acumular algo em torno de quatro bilhões de dólares em um ano”, explicou o palestrante.

Ainda segundo ele, nos anos 1990, os brasileiros eram o terceiro maior povo estrangeiro a residir no Japão, ficando atrás apenas dos chineses e dos coreanos. “A partir de 2013, 2014, o Brasil desceu para a quinta posição em grupos de imigrantes no Japão, depois de chineses, coreanos, vietnamitas e filipinos”, disse o professor. “Mas percebam que ainda é o único povo latino-americano com presença naquele País”, destacou o palestrante, que também discorreu sobre direito previdenciário, oportunidades de colocação profissional e acordos bilaterais firmados entre os governos brasileiro e japonês.

Japoneses na Amazônia

Segundo o estudo realizado por Tsuyoshi Miyamoto, foram vários os motivos da imigração japonesa para a região amazônica, em especial para o estado do Amazonas, podendo esse contingente ser dividido em três grandes grupos de imigrantes ao longo das décadas. O primeiro grupo é daqueles que chegaram antes da Segunda Grande Guerra, instalando-se nas cidades de Maués e Parintins. O segundo grupo, do Pós-Segunda Guerra Mundial, instalou-se tanto em Manaus quanto no município de Iranduba. Por fim, o terceiro grupo é formado por aqueles que vieram para trabalhar no Polo Industrial de Manaus (PIM), podendo ser oriundos diretamente do País de origem, mas também do Sul do Brasil ou do estado do Pará.

Dentre as principais atividades econômicas desenvolvidas pelos japoneses na capital amazonense, o estudioso Miyamoto destaca o cultivo da juta, pelo primeiro grupo, que, ao lado do segundo grupo, também se dedicou a cultivar pimenta-do-reino. O horti-fruti e a avicultura foram atividades somente desenvolvidas pelos imigrantes do pós-guerra, enquanto o último contingente foi direcionado, em grande parte, para as atividades industriais.

Para dar suporte os conterrâneos, a sociedade japonesa no Amazonas institui, por exemplo, o Consulado-Geral do Japão em Manaus, a Agência de Cooperação Internacional do Japão, a Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental, a Associação Civil de Divulgação Cultural Japonesa de Manaus, entre outras. Essas entidades fortalecem os laços entre os países e, mais especificamente, auxiliam os japoneses que vivem nesta região.

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