Guias de répteis endêmicos de Humaitá têm participação de professores do IEAA
Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom
Os professores Rafael da Fraga e Marcelo Rodrigues dos Anjos do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (IEAA/Ufam) integram equipes de pesquisadores que publicaram recentemente guias sobre cobras e sapos da região de Humaitá. Os guias descrevem a riqueza e variedades de animais que podem ser baixadas gratuitamente pelo link: https://ppbio.inpa.gov.br/
Publicado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), os guias tiveram a Coordenação geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade Amazônica (INCT/CENBAM) e Programa de Pesquisa em Biodiversidade na Amazônia Ocidental (PPBio-AmOc), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Guias de cobras e sapos
Os guias de cobras e sapos possuem 25 e 48 páginas, respectivamente, os quais apresentam belas fotografias de espécies endêmicas daquela região. Para o pesquisador, são animais raros ainda desconhecidos da Ciência que agora foram registrados, descriminados, além de curiosidades e citações de outras espécies do gênero para que o leitor possa conhecer os répteis que constitui a biodiversidade de Humaitá.
De acordo com Fraga, os estudos sobre a biodiversidade da região de Humaitá vêm sendo realizados desde 2008, onde compartilham as atividades de investigações em seis unidades que, segundo o docente, duas delas estão sendo realizadas em terras do Exército, duas em terras devolutas, um no Parque Nacional Nascentes do Jari, e outro está na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Amapá.
Alta biodiversidade
O professor conta que a região do município de Humaitá (distante a 675 quilômetros de Manaus) está situada no sudoeste da Amazônia numa região onde a floresta densa amazônica começa ser substituída por florestas secas e savanas típicas do bioma de cerrado. Na cidade de Humaitá encontra-se o principal acesso a rodovia federal BR-319, que liga Manaus e às regiões mais ao sul do país via o estado de Rondônia. A rodovia atravessa o interflúvio entre os rios Madeira e Purus, região plana e de baixo relevo com predominância de solos encharcados na maior parte do ano. “É uma área com alta biodiversidade de espécies de cobras e sapos”, afirmou.
“Esse guia é principalmente concentrada nas cobras venenosas que podem eventualmente representar perigo para as pessoas. Mas esperamos que ele também sirva para mostrar que a maioria das espécies de cobras é inofensiva e merece nossa admiração”, expôs.
“Também iremos mostrar um pouco sobre a incrível diversidade de tamanhos, cores e modos de vida das cobras. Por exemplo, três famílias de cobras (Typhlopidae, Leptotyphlopidae e Anomalepididae) são formadas por espécies que vivem embaixo do chão, se deslocam por túneis subterrâneos, e por essa razão possuem olhos pequenos. Nessas famílias estão algumas das menores cobras do mundo; como elas não conseguem deslocar os ossos da mandíbula para abrir a boca, se alimentem exclusivamente de cupins e formigas”, completou.
Expectativa
Para Fraga, o contínuo monitoramento da biodiversidade local através do Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBio, aumentará a produção acadêmica com novos artigos e novos guias sobre outros táxons que possam orientar e estimular novos trabalhos que permitam desvendar a diversidade biológica até então desconhecida para a comunidade científica.
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