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Com apoio da Ufam, Amazonas será o centro do debate sobre o desenvolvimento sustentável de áreas protegidas

  • Publicado: Sexta, 15 de Outubro de 2021, 12h01
  • Última atualização em Sexta, 15 de Outubro de 2021, 14h48
  • Acessos: 644

Por Comunicação Rhisa

Foto: Nathaly Rabelo/SAPIS

A autogestão e o desenvolvimento territorial sustentável de áreas protegidas será o tema central do X Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (SAPIS) e do V Encontro Latino Americano sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (ELAPIS) que acontece de 3 a 6 de novembro, sempre às 9h, em modo virtual. A programação será transmitida pela plataforma Doity Play e organizada a partir de instituições sediadas em Manaus (AM). A programação é uma referência na esteira dos eventos acadêmicos que tratam da temática da proteção ambiental e a inclusão social no Brasil e na América Latina, apresentando assuntos atuais e complexos, com abordagem interdisciplinar a partir de olhares de diferentes segmentos da sociedade.

Na edição deste ano, o evento está sendo organizado por três instituições de ensino e pesquisa do Estado do Amazonas: a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). "A gestão dos espaços protegidos vem vivenciando  uma série de desafios, em parte trazidos pelas pressões da pandemia e pelo acirramento das ações de degradação ambiental, gerando uma sinergia preocupante para sua efetiva proteção. Esta sinergia, associada a uma mudança das políticas públicas definidas para estes espaços, faz com que o SAPIS e ELAPIS sejam espaços estratégicos e de referência, para discutir as consequências, e propor medidas necessárias para o avanço da gestão territorial de modo a proporcionar sustentabilidade às Áreas Protegidas e Inclusão Social dos atores chaves desta gestão”, destacou o professor Henrique Pereira, responsável pela coordenadoria local do evento.

Pereira ressalta ainda que o diferencial do SAPIS é a inclusão, a participação e o protagonismo de moradores, gestores e usuários de Áreas Protegidas nos debates sobre os avanços dos conhecimentos científicos nos diferentes temas abordados, além das próprias práticas de gestão das Áreas Protegidas.

A possibilidade de fortalecer o diálogo com as comunidades de outros países do continente é outro importante atrativo da programação com a consolidação do Encontro Latino Americano (V ELAPIS). 

Atualmente no Brasil, há 336 Unidades de Conservação federais, das quais 145 estão localizadas na Amazônia Legal. Estas, somadas a mais 184 unidades estaduais, compõem uma extensa rede formada por 117 unidades de proteção integral e 212 unidades de uso sustentável. Essas 329 federais e estaduais na Amazônia Legal localizam-se em um total de 337 municípios, diretamente beneficiados pelo reconhecimento e destinação desses territórios para áreas de conservação, uso sustentável, repartição de benefícios, turismo de base comunitária e ecoturismo. São 145 municípios com incidência de Unidades de Conservação de Proteção Integral e 279 com UCs de Uso Sustentável na região Amazônica.

Experiências e Perspectivas

No total serão mais de 30 horas voltadas ao debate em torno das experiências e das perspectivas para a gestão das áreas protegidas tendo como propósito a apresentação de relevantes contribuições a partir de diálogos entre diferentes saberes, com repercussões nas esferas social, econômica, ecológica, política e cultural.  

Além das conferências e mesas-redondas, a programação contará ainda com reuniões de 9 grupos temáticos, 36 eventos paralelos e visitas virtuais aos atrativos da região Amazônica, além da Maloca Virtual, um espaço para que organizações e representações aglutinadoras do movimento social de base, dos diversos segmentos atuantes em Áreas Protegidas, possam discutir os temas comuns de seu interesse.

“Teremos representantes indígenas, quilombolas e extrativistas. Cada organização vai trazer ali sua perspectiva e visão sobre saberes tradicionais, sociobiodiversidade e violação de direitos no atual contexto das áreas protegidas do Brasil e Amazônia Internacional. Nossa expectativa é de um riquíssimo debate, porque todas as organizações envolvidas (APIB, COIAB, COICA, CONAQ, CONFREM, Consórcio ICCA, CNS e Rede de PCTs do Brasil) atuam em territórios imensos e representam muita gente, no Brasil e fora dele”, ressaltou o professor e um dos organizadores do evento, Carlos Eduardo (Caê) Marinelli.

As discussões que deverão ocorrer na Maloca Virtual não têm o condão de definir políticas públicas, apesar de muitos dos assuntos estarem diretamente relacionados a isso. No entanto, a expectativa ficará em torno  da proposta final do encontro a ser apresentada no terceiro dia da Maloca.

"Pode ser que saiam encaminhamentos, diretrizes, solicitações, manifesto, não está pré-estabelecido, vai depender muito de como cada organização vai se colocar sobre o tema e principalmente do que vai emergir como ponto comum entre esses três segmentos e esse conjunto de organizações que irão ocupar a Maloca Virtual”, explicou Caê.

As inscrições têm preços variados e custam a partir de R$ 30 para os estudantes de graduação, podendo ser adquiridos por meio do site https://doity.com.br/x-sapis. Comunitários e indígenas estão isentos. Estudantes e servidores públicos podem solicitar a isenção da taxa de inscrição.

Memória

A equipe organizadora local e as instituições de ensino e pesquisa que apoiam a programação vão lançar um site que funcionará como um importante instrumento para a continuidade e salvaguarda da memória dos dois eventos. “A partir dessa décima edição, a comunidade SAPIS passará a contar com um site permanente e com atividades para o ano do interstício, de forma que possamos manter um intercâmbio ativo a respeito das ações e resultados envolvendo as Áreas Protegidas”, anunciou Henrique.

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