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Dissertação do PPGeog vence concurso nacional
- Publicado: Segunda, 23 de Agosto de 2021, 09h29
- Última atualização em Segunda, 23 de Agosto de 2021, 09h29
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Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom Ufam
"Análise socioambiental da morbidade da malária em Manaus-AM" é o título da dissertação desenvolvida por Rayane Brito de Almeida, ex-aluna do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeog). O trabalho recebeu, na noite de sexta-feira (13) , durante o XIV Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, o prêmio Carlos Augusto Figueiredo Monteiro, de Melhor Dissertação de Mestrado em Climatologia Geográfica do Brasil.
Sob orientação da professora Natacha Cíntia Regina Aleixo, a dissertação foi produzida junto ao Laboratório de Hidrogeografia e Climatologia da Amazônia da Ufam, sendo Rayane uma bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A pesquisa foi defendida em 2019.
"Esse Prêmio significa reconhecimento não só para mim, mas para nossa região, pois o que desenvolvemos no mestrado foi um novo olhar para entender a incidência da malária na cidade de Manaus, um olhar do ponto de vista da Climatologia Geográfica, ainda mais na Amazônia, uma região endêmica responsável por pelo menos 99% de toda a Malária que é registrada no Brasil", expressou a autora. "O reconhecimento desse Prêmio incentiva outros centros de pesquisas a valorizarem o que é estudado e produzido na Amazônia, reconhecendo o nosso Programa de Pós-Graduação em Geografia da Ufam e que nossas pesquisas possam também ser referências para outros estudos no Brasil e no mundo", completou Rayane.
Em sua a primeira edição, o concurso de melhor dissertação de mestrado e tese de doutorado em Climatologia Geográfica homenageia o professor Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, eminente geógrafo brasileiro que, ao longo de sua trajetória profissional contribuiu com o fortalecimento da ciência geográfica brasileira, em especial, na construção de matrizes teóricas e metodológicas em climatologia geográfica.
"A premiação representa o trabalho dedicado e responsável que tem sido efetuado na formação de mestres, doutores e na produção científica de qualidade, realizada no Departamento de Geografia (Degeo) e no Programa de Pós-Graduação em Geografia. Além disso, representa a importância das pesquisas desenvolvidas nos laboratórios e grupos de pesquisa do Degeo", expôs a professora Natacha Cíntia Regina Aleixo. "Como orientadora da dissertação premiada, afirmo que é uma enorme honra e alegria a conquista da primeira edição do prêmio. Ficaremos marcados na história da Climatologia Geográfica Brasileira, como um relevante centro de pesquisa e produção de conhecimentos", concluiu.
No total foram inscritos 23 trabalhos, entre dissertações e teses desenvolvidas em programas de pós-graduação no Brasil. Além da certificação emitida pela Associação Brasileira de Climatologia (ABClima) à autora da pesquisa e à orientadora, a premiação inclui também o recebimento de placa alusiva ao prêmio e a publicação do trabalho, em formato de artigo científico, em uma edição da Revista Brasileira de Climatologia (RBClima).
Sobre a dissertação premiada
A pesquisa mostrou a importância de entender o papel do clima amazônico e fatores socioeconômicos na incidência e reincidência da malária em Manaus. Os estudos realizados sobre a doença nos anos 80, por exemplo, eram pesquisas voltadas principalmente para a área da epidemiologia. Com o avançar da ciência e da necessidade de ampliar teorias e métodos para entender a malária, a pesquisa de Rayane Almeida discutiu a malária sob uma visão sistêmica, partindo da ideia de que tudo está relacionado: os fatores climáticos de nossa região que favorecem a proliferação do vetor da doença, o saneamento ambiental e o próprio acesso aos serviços de saúdes daqueles que foram infectados. "Assim, foi possível identificar quem, onde e o porquê são os mais vulneráveis em Manaus. Estudos de décadas atrás, por exemplo, evidenciaram que a malária era uma doença rural, e em nossa pesquisa conseguimos verificar o avanço dessa doença também na área urbana, justamente por conta do saneamento inadequado em áreas de expansão territorial da cidade, que permitiram a circulação maior do vetor", expõe.
Segundo a pesquisadora, outro fator que explica a reincidência da malária é a desistência do tratamento por parte dos pacientes infectados, o que é comum na região devido às dificuldades do acesso aos serviços de saúde.
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