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Seminário ‘Tendências em Debate’ traz os desdobramentos genéticos, sociais e educacionais da pandemia

  • Publicado: Terça, 01 de Junho de 2021, 18h27
  • Última atualização em Quarta, 02 de Junho de 2021, 18h20
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A pesquisadora da Usp,  Ester Sabino, responsável  pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus no Brasil, tratou das diferentes linhagens do vírus em Manaus   

 

Por Irina Coelho

Equipe Ascom/Ufam

Na tarde desta terça-feira, 1° de junho, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Amazonas (Progesp/Ufam) realizou o ‘Seminário Tendências em Debate”. O evento online foi composto pela conferência ‘A pandemia no Brasil e a diversidade genética do vírus’, ministrada pela professora da Universidade de São Paulo (USP), docente Ester Sabino, e a mesa ‘Impactos Sociais da pandemia da Covid19 e as perspectivas para a ciência e o ensino no Brasil’ com os pesquisadores Maria Helena Machado (Fiocruz/RJ), Bernardino Albuquerque (Ufam) e Henrique Pereira (Ufam). 

Durante o evento, o reitor Sylvio Puga destacou que o debate em torno do coronavírus é fundamental para o momento que atravessamos. “É uma oportunidade rica para que as comunidades interna e externa da Ufam possam conhecer os desdobramentos da pandemia no mundo, no nosso país e no Amazonas. A partir dessa troca de experiências, com pesquisadores de diversas regiões, será possível entender o atual contexto da pandemia e as perspectivas futuras. Gostaria de parabenizar a Propesp pela iniciativa”, enfatizou o reitor.  

De acordo com a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Selma Baçal, discutir a pandemia, tanto na perspectiva do vírus quanto nos aspectos sociais, é fundamental para pensar o futuro. “A Propesp, com esse evento, lança uma série de seminários com a perspectiva de trazer as tendências em debate. Começamos abordando a pandemia para nos apropriarmos, cientificamente, de dados e elementos a respeito da covid 19. Tratamos dos aspectos genéticos e também sociais de forma a apresentar estudos científicos de renomados pesquisadores para a nossa comunidade acadêmica”, destacou.   

Evento

A primeira conferencista, responsável pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus no Brasil e professora da Universidade de São Paulo (USP), Ester Sabino, abordou a diversidade genética do vírus, considerando as diferentes regiões do Brasil, especificamente, Manaus. “O surgimento de uma nova linhagem, que tinha sido descrita como uma mutação que aumentava a transmissão, presentes na Inglaterra e África do Sul. Essa linhagem não foi aparecendo aos poucos, ela já aparece com um grande número de casos, toma conta da epidemia e passa a ser a terceira linhagem, chamada de gama. Atualmente, temos a quarta linhagem, a da Índia. Entender Manaus é importante porque as coisas estão acontecendo um pouco antes do que estão acontecendo em outros lugares que passaram pela mesma epidemia e cada detalhe pode ter impacto para pessoas em outras regiões do mundo. O que aconteceu, meses depois, foi o mesmo fenômeno que vimos em Manaus, que mesmo as regiões que tinham estudos com alta prevalência, voltaram a ter um número significativo de casos”, explicou. A professora falou ainda da necessidade de entender quais são as cepas e de um sistema eficiente de detecção e monitoramento das diferentes linhagens. 

“Eu não posso afirmar se haverá ou não uma nova onda em Manaus porque isso vai depender da taxa de isolamento social e da durabilidade da imunidade natural. Nós não entendemos ainda porque a epidemia se espalha tão rapidamente em Manaus, considerando que os dados de isolamento social são muito semelhantes a de outras regiões do país. A terceira onda vai depender da gente conseguir uma melhor vacinação e saber quanto tempo dura essa vacinação. Além, claro, de ser possível que as pessoas que já tiveram a infecção, mesmo recebendo apenas a primeira dose, já estejam parcialmente imunizadas. Pode ser ainda que a efetividade da vacinação, em regiões que foram mais expostas, possa ser maior. A terceira onda depende também de possíveis linhagens que escapem a vacinação. Até hoje, todas as linhagens apresentadas aqui, são sensíveis às vacinas, inclusive a variante indiana. Porém, sempre pode aparecer uma nova variante de forma que temos que continuar tomando cuidado e não baixar a guarda”, enfatizou. 

Os pesquisadores Maria Helena Machado (Fiocruz/RJ), Bernardino Albuquerque (Ufam) e Henrique Pereira (Ufam) abordaram os aspectos sociais da pandemia e as perspectivas para a ciência e o ensino no Brasil. A pesquisadora da Fiocruz, Maria Helena Machado, apresentou a evolução da pandemia, por meio do impacto nos trabalhadores da saúde. “A pesquisa apresentada aqui conseguiu ouvir os trabalhadores da área e ela se mostra fundamental para podermos juntos, academia, gestão, movimento sindical e conselhos, levar a possibilidade de fazermos melhorias nas condições de vida e de trabalho desses profissionais. A situação, hoje, dos trabalhadores da saúde do Brasil é extremamente preocupante e é fundamental falarmos e debatermos essa realidade”, disse. Atualmente, há mais de 2.000 óbitos de trabalhadores da saúde em decorrência de covid 19.  

O professor e presidente do Comitê Enfrentamento à Pandemia de covid-19 da Ufam, infectologista Bernardino Albuquerque, abordou a pandemia, especificamente, no Amazonas. “O nosso futuro é repleto de incertezas. Não sabemos se teremos mais uma alça epidêmica e qual será o comprometimento das pessoas e do poder público. Junto a isso, temos toda uma situação de sequelas, não só da doença em si, mas também de doenças psicológicas. Temos que pensar ainda que na Amazônia há grandes endemias como malária, dengue, doenças de chagas e tuberculose”, lembrou.         

Para o professor da Ufam e coordenador do Altas ODS Amazonas, docente Henrique Pereira, outra abordagem possível da pandemia é como objeto educacional. “Apresentei o resultado de estudos e pesquisas exploratórias feitas junto com os alunos de pós-graduação da Ufam. São estudos voltados para os impactos no ensino (ambiência remota e rendimento escolar); impactos nos acidentes de trânsito e o isolamento social; produção de resíduo urbano doméstico; redução do comércio varejista; desocupação e feminicídio e interatividade dos idosos. Essas são algumas chaves para o entendimento da pandemia”, finalizou.

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