HUGV recebe palestra de Comitiva de alunos da Universidade de Keio
- Publicado: Quinta, 18 de Julho de 2019, 13h37
- Última atualização em Sexta, 19 de Julho de 2019, 14h19
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Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom Ufam
Os alunos do 6⁰ ano de Medicina da Universidade de Keio (Tóquio/Japão), Yuma Yokoyama, Taisuke Kimura e Soichiro Nishigaki proferiram a palestra 'Universidade Keio e o Amazonas' nesta terça-feira, 16, no Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O evento ocorreu na Sala Ecumênica do 9º andar do hospital.
Durante o evento, o superintendente do HUGV, professor Júlio Melo, ressaltou que a visita da comitiva à Universidade tem sua importância pois pode promover o intercâmbio nessa área de conhecimento. “É necessário que a Ufam estreite cada vez mais essa relação, pois o Japão esta conosco há um bom tempo e tem conhecimento muito avançado. Nós precisamos, evidentemente, não só estreitar relação com os japoneses, mas com todos os povos do mundo globalizado. Nada melhor que inserir o nosso alunado nesse meio, tanto da graduação quanto da pós-graduação, para que possamos crescer na pesquisa da área médica”, completou o superintendente.
A Palestra
Na apresentação, os três alunos da Universidade de Keio que fizeram parte da comitiva em visita ao HUGV/Ufam, Yuma Yokoyama, Taisuke Kimura e Soichiro Nishigaki falaram sobre a Universidade particular, cuja sede fica em Tóquio/Japão, e foi criada em 1858. Segundo o palestrante, após a criação, as relações internacionais foram fortalecidas, aumentando o intercâmbio com outros países, causando a modernização do Japão.
Dentre as curiosidades apresentadas, Yuma Yokoyama destacou a imagem do criador da Universidade impressa na moeda japonesa. A Universidade de Keio conta com três Faculdades incluindo a de Medicina, que foi consolidada em 1917.
O acadêmico de Medicina disse que apesar do Japão e o Brasil estarem localizados em lados oposto do planeta, o país asiático mantém contato há anos com a nossa cultura. 
De acordo com Taisuke Kimura, o médico Shiju Mosai, graduado pela Universidade de Keio em 1926, foi enviado ao Brasil em 1930 para representar os imigrantes japoneses e, na ocasião, encontrou muitos de seus compatriotas infectados por doenças, decidindo ficar no Brasil, estendendo sua contribuição na assistência a Região Amazônica. Ele afirmou que a mobilidade iniciada por esse profissional se mantém até hoje, de geração em geração, o que permitiu a seu neto atuar em outras partes do Brasil, como o estado do Rio Grande do Sul, por exemplo.
Finalizando a palestra, o estudante Soichiro Nishigaki falou sobre a Associação Médica Internacional da Faculdade de Medicina da Universidade de Keio (IMA), que é sustentada em três pontos principais: experiência e prática médicas, intervenção médica no âmbito internacional e a contribuição local para saúde da população.
De acordo com ele, as experiências adquiridas perpassam pelo atendimento a grupos sociais carentes dando assistência necessária, bem diferente do que ocorre no Japão. Em consonância as ações desenvolvidas, acreditam na mobilidade acadêmica, principalmente no que tange ao mundo globalizado. Em outras palavras, ele disse que “temos que melhorar a nossa comunicação para que possamos dialogar com outras culturas. Nós visitamos universidades de São Paulo, realizamos conferências com alunos e também outras cidades do nordeste, como João Pessoa (PB)”.
“Na próxima visita, estaremos na cidade de Dourados (MS), onde teremos a oportunidade de explanar experiências na cidade de Manaus (AM) e os futuros intercâmbio junto a Ufam”, concluiu o palestrante.
Coordenação IMA
De acordo com o coordenador e co-fundador da Associaçao Médica Internacional da Faculdade de Medicina da Universidade de Keio no Brasil, professor aposentado da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (Unesp/Botucatu), Milton Masato, é a 42ͣ visita que a Universidade japonesa visita o Brasil. Segundo ele, os primeiras visitas incluíram pesquisas voltadas à malária, que envolviam instituições importantes do Amazonas como o Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (INPA) e a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Para ele, a participação dos alunos de medicina daquela universidade japonesa é uma experiência singular porque, segundo o coordenador, “não existe em lugar nenhum”.
O programa de atendimento a população dura em média 6 dias de viagem pelos rios da Amazônia, disse o coordenador que acredita que essas visitas modificam o seu modo de pensar quanto a condição de ser médico. A partir de experiências vivenciadas em lugares remotos, eles mudam totalmente a relação entre médico e paciente. Isso foi verificado em estatística que foram submetidos 180 alunos. A maioria esteve no Rio Amazonas onde participaram no atendimento de ribeirinhos. Isso muda a visão do profissional”, disse.
Após a palestra, a comitiva realizou visita técnica em algumas dependências do HUGV, como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Enfermaria e outras.
Universidade Keio
A Universidade Keio (Keio Gijuku Daigaku) é uma universidade privada localizada em Tóquio, Japão. É uma das mais prestigiadas universidades japonesas e reconhecida como o mais antigo instituto de ensino superior moderno no país, fundada em 1858 em Edo (atual Tóquio). Atualmente, tem onze campi em Tóquio e Kanagawa que comportam dez faculdades: Letras, Economia, Direito, Negócios e Comércio, Medicina, Ciência e Tecnologia, Gestão de Políticas, Estudos de Meio Ambiente e Informação, Enfermagem e Cuidados Médicos e Farmácia.
A Universidade tem mais de 350 programas de intercâmbio estudantil com instituições de prestígio como a Universidade da Califórnia, Universidade Brown, Universidade da Pensilvânia, Universidade Carnegie Mello, Faculdade Dartmouth , École normale supérieure (Paris) e Ecole Polytechnique. Além disso, Keio tem 29 programas de duplo diploma com instituições de ponta como Institut d'Études Politiques de Paris, HEC Paris (ambas com departamentos de economia), University of Washington (Escola de Direito) e Mines ParisTech.
A universidade é uma das treze universidades do ‘Projeto Global 30’ do Governo japonês (projeto que visa melhorar atuação global das universidades públicas e privadas do país para que os graduados possam conquistar em posições de liderança global). Além disso, a Universidade de Keio é uma das universidades da Association of Pacific Rim Universities - (Associação da Orla do Pacífico - consórcio de 50 universidades de pesquisa líderes em 17 economias da Orla do Pacífico).
Sua lista de ex-alunos inclui três ex-primeiros-ministros, dois astronautas, membros honorários internacionais da Academia Americana de Artes e Ciências, um vencedor do Prêmio Wolf, cerca de 60 membros do gabinete, 76 membros do parlamento japonês e um grande número de CEOs de empresas listadas na primeira seção da Bolsa de Valores de Tóquio.
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
O Hospital Universitário Getúlio Vargas faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Site da Universidade Keio (inglês): https://www.keio.ac.jp/en/
Escola de medicina da Universidade Keio: http://www.med.keio.ac.jp/en/
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