Projeto de extensão ensina português para crianças venezuelanas
Oferecer acolhimento e facilitar a adaptação à nova vida no Brasil é o objetivo do projeto desenvolvido pela Faculdade de Letras (Flet), que realiza atividades virtuais para ensinar a língua portuguesa para crianças e adolescentes venezuelanos em Manaus.
Coordenado pelo professor Cacio José Ferreira, a iniciativa é um projeto de extensão da Flet em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Não Governamental Aldeias Infantis. “Nós selecionamos alunos que tenham o conhecimento prévio da língua espanhola, que já saibam ler, e esses alunos já estão matriculados na rede pública, só que eles estão morando em abrigos. Então, o Unicef e as Aldeias Infantis levaram tablets e televisores para o local que eles estão abrigados e eles acessam os eventos culturais por meio do Google Meet, e nesses abrigos têm monitores que acompanham a interação”, explica o professor.
O projeto consiste em realizar encontros virtuais temáticos que abordam aspectos linguísticos relacionados à língua portuguesa e à língua espanhola, e aspectos culturais relacionados à cultura brasileira, em especial à cultura amazonense, em interação com a cultura venezuelana.
Diferente de uma aula tradicional de língua portuguesa, nos encontros virtuais, as crianças e adolescentes refugiados aprendem o novo idioma a partir “de temas de relevância social com foco ao combate ao coronavírus, à cidadania e aos direitos humanos – focando na situação dos refugiados, em aspectos culturais e na convivência/interação escolar, de forma a preparar a comunidade envolvida para se integrar ao contexto escolar público manauara”, revela o documento submetido à Pró-reitoria de Extensão. “O enfoque é no aspecto cultural. A gente está tentando mostrar para o aluno qual a diferença entre o que acontece na Venezuela e o que acontece no Brasil, dando enfoque na língua portuguesa”, comenta o coordenador.
Atendendo cerca de 30 estudantes na faixa etária de 10 a 16 anos, os encontros ocorrem duas vezes por semana, às terças e quintas, com duração de duas horas cada. Até o momento, já foram trabalhados os temas covid-19, esportes e ritmos musicais. “O projeto segue até dezembro. Está tendo uma interação muito boa. Está funcionando muito bem. Eles amam os temas. Eles demonstram gostar do projeto e ficam empolgadas”, declara o professor.
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