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Revista ‘Quarentenas Amazônicas’ aborda a temática indígena e quilombola durante a pandemia

  • Publicado: Segunda, 08 de Junho de 2020, 16h28
  • Última atualização em Segunda, 08 de Junho de 2020, 16h31
  • Acessos: 1689

Por Irina Coelho
Equipe Ascom Ufam

 

O quarto volume da série científica ‘Quarentenas Amazônicas’, organizado pelos docentes do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ambientes Amazônicos da Universidade Federal do Amazonas (Nepam/Ufam), professores Gerson André Ferreira e Renan Albuquerque, foi lançado na última sexta-feira, 5, e está disponível AQUI. Nesta edição, o leitor encontra quatro papers que abordam o cotidiano de pandemia da população de vulneráveis da Amazônia. Temáticas indígenas e quilombolas estão no centro dos debates.

A publicação é uma parceria entre a Editora da Universidade Federal do Amazonas (Edua) e Alexa Cultural. De acordo com um dos docentes responsáveis, professor Renan Albuquerque, o quarto volume encerra as análises sociais da ‘fase um’ do maior surto epidemiológico dos últimos cem anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

“A ‘fase um’ é caracterizada a partir do período imediatamente seguido das adoções dos diversos tipos de isolamento no bioma tropical, todos estabelecidos da segunda semana de março em diante. Em três quartos dos países do globo se deu a mesma situação. No Brasil e na Amazônia, saltamos do 13º lugar no ranking de casos e óbitos em 17 de março para a vice-liderança no início de junho. Com isso, mantemo-nos em uma fase crítica de disseminação da covid-19 em comparação a 131 países analisados pelo Imperial College. São 90 dias de convivência com o vírus no país. A estatística da agonia na Amazônia não para de crescer. Até o dia 2 de junho, os números oficiais da região traduziam a ação do vírus: mais de 111 mil pessoas infectadas e seis mil mortes”, descreve o professor.

O professor lembra que nas comunidades indígenas, o vírus se alia a outras condições, ao garimpo e à extração de madeira ilegal, à ação de missionários e outros invasores que pela força se impõe. “A série ‘Quarentenas Amazônicas’ se constitui em uma jornada de relatos inquietantes, por ângulos diferentes, a partir da qual tem sido possível situar omissões governamentais, do parlamento e da Justiça, bem como o protagonismo de povos e comunidades na construção de práticas metodológicas como instrumentos concretos de defesa da vida”, explica.

 

Quarentenas Amazônicas  

O primeiro texto do quarto volume é intitulado ‘Indígenas andinos na Colômbia e sua realidade na pandemia: breve reflexão sobre o povo Misak (Gente da Água)’ com autoria de  Victor Ernesto Ochoa Flores, Diana Jembuel Morales, Adriane da Silva Oliveira e Olga Bethy Ochoa Florez. Os autores apresentam o papel da Organización Nacional Indígena de Colombia (ONIC) frente a esta realidade e mostra também alternativas que o povo Misak diante da pandemia. 

Em ‘Viver hoje se resume a lavar as mãos e contar cadáveres: notas sobre a crise humanitária na Amazônia’, escrito por Noélio Martins Costa e Renan Albuquerque, a perspectiva da morte como fato próximo, com a pandemia, alterou boa parte dos modos de vida na Amazônia. São realidades usuais de um novo normal anunciado. No bioma, a curva de infectados e mortos aumenta e, quanto mais pobres, maior o perigo. Principalmente em comunidades onde não é possível o isolamento social e a higiene devida, pois o espaço interno das moradias. 

Já em ‘La realidad de los pueblos Guarani Kaiowá y Terena frente al covid-19’, os pesquisadores Victor Ernesto Ochoa Flóres, Adriane da Silva Oliveira e Olga Bethy Ochoa Flórez trazem, por meio de uma entrevista, as respostas de líderes indígenas da Organización Aty Guasu del Pueblo Guaraní Kaiowá e de mulheres indígenas.

O último texto do volume é ‘Solidariedade e resistência quilombola em tempos de pandemia’, escrito pelos autores Georgio Ítalo Ferreira de Oliveira Renan Albuquerque, volta-se a população quilombola do Andirá. Apesar da invisibilização, os quilombolas são resistentes e vigilantes no que se refere a seus direitos.

As edições anteriores da ‘Quarentenas Amazônicas’ podem ser acessadas AQUI.

 

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