Artigo publicado em revista internacional tem maior número de acessos com conteúdos de espécies da floresta da Ufam
Sebastião de Oliveira
Equipe AscomUfam
Após confirmado resultado da pesquisa, o artigo ”Encapsulation of Piper aduncum and Piper hispidinervum essential oils in gelatin nanoparticles: a possible sustainable control tool of Aedes aegypti, Tetranychusurticae and Cerataphislataniae,” de autoria de Laiane Souza da Silva, egressa do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Amazonas (PPGCEM/Ufam) foi publicado na revista Journal of Science Food and Agriculture, que faz parte da Wiley Online Library. O interessado pelo artigo pode acessá-lo aqui.
A revista notificou recentemente que o artigo faz parte dos 10% mais baixados entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Para o professor Edgar Sanches, orientador da pesquisa, a notoriedade da Universidade no contexto internacional traz credibilidade da produção científica produzida com destaque ao PPGCEM da Ufam. “Com certeza, uma vez que a publicação desse artigo expõe os autores e também as instituições às quais eles estão vinculados. É importante ressaltar que esse reconhecimento pode trazer maior notoriedade à Ufam e ao Programa, no qual a discente esteve vinculada com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e com financiamento do projeto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).”
Para o docente, “o impacto da notícia foi extremamente positivo, uma vez que as pesquisas realizadas na Ufam vêm ganhando visibilidade. O número de downloads do artigo também mostrou o impacto imediato que esta pesquisa proporcionou”, afirmou.
Ainda de acordo com o professor, o campus da Ufam é um reservatório de espécies de plantas muito interessantes e com potencial para serem incorporadas em pesquisas. "Os materiais utilizados nessa pesquisa foram de baixíssimo custo e, enquanto biodefensivos, podem gerar resultados compatíveis àqueles obtidos pelo uso de agrotóxicos convencionais, que vêm causando uma série de prejuízos à saúde dos consumidores, dos agricultores, como também ao meio ambiente”, completou Edgar Sanches.
Floresta do campus da Ufam
A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Polímeros Nanoestruturados (Nanopol) da Ufam, sob coordenação do professor Edgar Sanches. O Nanopol vem desenvolvendo uma série de pesquisas que visam à utilização de plantas existentes no campus da Ufam para serem incorporadas em sistemas de liberação controlada. Assim aconteceu com as espécies Piper aduncum e Piper hispidinervum, coletadas no campus universitário.
Desde 2014, o laboratório desenvolve atividades de pesquisa com o encapsulamento de bioativos de plantas Amazônicas. O campus da Ufam vem sendo um grande laboratório para a coleta de espécies e extração de óleos essenciais. Pesquisadores já estudaram mais de 15 espécies de plantas coletadas em campus, com diferentes finalidades que vão desde a extração e encapsulamento de óleos essenciais, extração de celulose e até síntese de nanocompósitos condutores de matrizes celulósicas.
“Muitas das pesquisas já foram publicadas e outras possuem potencial para publicação ainda em 2020. Sempre priorizamos os recursos vegetais do campus, e também o desenvolvimento de sistemas biodegradáveis e atóxicos. Esse passou a ser um dos objetivos do Nanopol. É muito gratificante saber que podemos abrir a porta do laboratório e enxergar a vegetação a nossa frente como um potencial de pesquisa”, finalizou o coordenador.
Artigo
Intitulado "Encapsulation of Piper aduncum and Piper hispidinervum essential oils in gelatin nanoparticles: a possible sustainable control tool of Aedes aegypti, Tetranychusurticae and Cerataphislataniae", de Laiane Souza da Silva, a pesquisa tinha como objetivo estudar duas espécies de plantas que são muito comuns no campus da Ufam, a Piper aduncum e a Piper hispidinervum. Essas plantas são conhecidas como pimenta-de-macaco, pois produzem uma inflorescência que tem o formato de uma pimenta, e costuma servir de alimento para pequenos animais. As plantas possuem compostos bioativos extremamente importantes em seus óleos essenciais, atribuindo-os funções larvicidas e inseticidas. Após a extração de óleos essenciais, foi analisado sua composição química e testados no controle de larvas do Aedes aegypti, ácaros e pulgões.
As pragas regionais trazem prejuízos enormes à saúde humana, como no caso da dengue, zika e chikungunya, além de causarem danos irreversíveis a plantações, como é o caso dos ácaros (Tetranychusurticae) e do pulgão preto do açaizeiro (Cerataphislataniae). Depois de confirmadas as bioatividades dos óleos essenciais, o próximo passo foi encapsulá-los em nanopartículas biodegradáveis baseadas em gelatina. A partir daí, foi desenvolvido um sistema de liberação controlada totalmente atóxico e biodegradável que possui ação biodefensiva. A ação do biodefensivo se dá devido à liberação controlada dos óleos essenciais que possuem bioatividade frente a essas pragas.
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