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Em defesa de memorial, Davi Said Aidar é promovido a professor titular

  • Publicado: Segunda, 17 de Fevereiro de 2020, 17h31
  • Última atualização em Quinta, 20 de Fevereiro de 2020, 15h53
  • Acessos: 1414

Por Sebastião de Oliveira

Equipe Ascom Ufam 

O pós-doutor em Genética Molecular, professor Davi Said Aidar defendeu memorial acadêmico na última sexta-feira, 14, e foi promovido a professor titular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A atividade acadêmica ocorreu no Bloco 1, sala 17 da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), localizado no setor Sul do Campus Universitário.

A Comissão Especial de Avaliação foi composta pelos professores titulares: Nabor da Silveira Pio (Ufam), como presidente e membros: Joaquim dos Santos e Hiroshi Noda, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Elizabeth Brochy da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

A defesa 

Nascido em Rio Verde, estado de Goiás (GO), onde passou toda sua infância, teve que mudar com toda a família para Sorocaba (SP), onde deu continuidade na sua formação acadêmica. Com uma caminhada construída a partir da consciência ambiental, o professor esteve em contato com a terra, com os animais, com a flora, o que o fez desenvolver uma sensibilidade à pesquisa mais avançada. Durante seu pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), recebeu convite para trabalhar no INPA, e durante sua permanência em Manaus, teve a oportunidade de ingressar na Ufam, como docente, em 2002.

A partir daí, o pesquisador enveredou sua experiência acadêmica nas atividades de extensão, desenvolvendo práticas de campo nos rincões amazônicos, trabalhando para permitir com que o homem da terra conhecesse novas tecnologias, melhorando suas atividades diárias numa perspectiva de preservação e conservação com atividades sustentáveis.

Em suas observações diante de suas experiências de vida e acadêmicas, o professor Davi Aidar sugere que o caboclo traz todo um conhecimento tradicional que, em muitos casos, o pesquisador acaba absorvendo seu modus vivendi, a partir de uma dialógica de experiências. Para ele "vale a pena levar novas tecnologias aos comunitários, sendo que o homem da terra já tem uma tecnologia milenar que pode ser melhorada, mas respeitando seus costumes". "Então, quando a gente vai fazer extensão, temos que ter um julgamento crítico quanto às ações que serão desenvolvidas”, comentou.              

Sua carreira acadêmica é marcada pela pesquisa com as abelhas o que rendeu a publicação de trabalhos voltados para criação e manejo. As publicações “Coleta de ninhos de Jataí”, “A mandaçaia”, “Meliponicultura” tiveram várias edições, o que permitiu ao pesquisador a notoriedade nesse campo.

Como coordenador do Laboratório de Abelhas, Davi Aidar encontrou na Fazenda Experimental da Ufam o local para desenvolver seus experimentos com alunos tanto da graduação quanto da pós-graduação.  O professor também levou sua experiência e estudos com as abelhas ao campus da Ufam de Parintins, município distante a 372 quilômetros de capital amazonense. 

Abelha na cadeia alimentar  - As abelhas silvestres são responsáveis cerca de 80% dos alimentos que a humanidade consome no planeta. Nesse cenário, ele particulariza a polinização das árvores nativas da Amazônia como fator importante para a manutenção da vida,  isso faz com que gere sementes férteis a partir da polinização realizada pelas abelhas. Segundo ele, sem a presença delas, as espécies nativas da Amazônia, não conseguirão perpetuar a sua descendência, em que poderá acarretar um futuro obscuro para a Amazônia, como a desertificação. Nessa perspectiva, o docente explicou que, em razão disso, os animais não terão frutos para se alimentar e, conseqüente, o homem não poderá produzir alimentos, pois é ele o grande responsável pelas queimadas e ocupação irregular de áreas já depredadas.  

Solução viável - Quanto à temática sobre queimadas na Amazônia, o docente foi assertivo. “O Brasil já tem áreas desmatadas suficientes que podem, a partir de tecnologias aumentar a produção agropecuária na mesma área existente. Não precisamos desmatar um metro a mais. Então a questão do desmatamento, o comércio de madeira, a expansão da agropecuária é condenável. Penso que podemos potencializar as áreas que estão improdutivas e melhorar a produção nessas áreas”, explica o professor. 

Sobre o professor - O professor Davi Said Aidar tem graduação em Zootecnia pela Fundação Universidade Estadual de Maringá-FUEM (1988), mestrado em Entomologia pela Universidade Federal de Viçosa-UFV (1995), doutorado em Entomologia pela Universidade de São Paulo-USP (1999) e pós-doutorado em Genética Molecular, também pela USP (2000).

Atualmente, ele é docente Associado IV e possui experiência na área de genética de abelhas e animais domésticos, com trabalhos em comunidades rurais no estado, onde atua nos temas de zootecnia, meliponicultura, apicultura, multiplicação e preservação de abelhas silvestres.

A agricultura familiar sustentável e ecologicamente correta é a principal meta dos trabalhos. Dezenas de cursos de capacitação na área agropecuária ocorrem anualmente no Amazonas, com apoio da Ufam, Idam, Sepror, FUNAI, Fapeam e Prefeituras municipais do Estado, levando tecnologia e conhecimento ao homem do campo. "Concluir mais essa importante etapa da minha trajetória acadêmica é salutar e possibilita aos demais colegas que nos conheçam mais a fundo. Para nós, que estamos nessa posição de ascender, é uma importante etapa em que nos vemos mais fortalecidos e gratificados pelo que construímos e àqueles que nos acompanharam”, completou o docente. 

 

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