Professora da Ufam recebe Prêmio L’Oréal Para Mulheres na Ciência

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A docente do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICE),        Giovana Anceski Bataglion, foi a vencedora do prêmio L’Oréal Para Mulheres na Ciência na categoria Ciências Químicas. A premiação é uma parceria da L’Oréal com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências, com o objetivo de premiar e reconhecer sete jovens doutoras brasileiras com projetos científicos de alto mérito. A entrega da homenagem foi realizada na sede da L’Oréal Brasil, no dia 30 de novembro, no Rio de Janeiro.

O estudo premiado é sobre a investigação da variedade de moléculas presentes nos diferentes rios amazônicos e como elas são afetadas por diferentes fatores, incluindo a temperatura e a concentração de dióxido de carbono no ambiente. Os resultados desse estudo podem contribuir para o entendimento de como os rios da Amazônia serão afetados, ao longo dos anos, pelas mudanças climáticas. A cientista explica que as mudanças climáticas representam um dos principais problemas socioambientais da atualidade, com impactos negativos para a sociedade na economia, na saúde, na alimentação, no meio ambiente e nas desigualdades sociais.

A professora Giovana Anceski Bataglion encara a premiação para além de um reconhecimento pessoal, um destaque para a Ufam. De acordo com levantamento, ao longo dos 17 anos do programa, foram premiadas 116 jovens pesquisadoras, das quais apenas oito são da Região Norte. Na categoria de Ciências Químicas, somente duas jovens pesquisadoras da Região Norte receberam a premiação, uma professora da UFPA e, neste ano, a professora Giovana, da Ufam. “Acredito que o prêmio possa dar uma maior visibilidade ao meu trabalho, tanto no ambiente acadêmico-científico, quanto na sociedade. Isso deve refletir na rede de contatos e colaborações, além das oportunidades de participação em eventos com foco na pesquisa ou na participação de mulheres na ciência”, expôs a pesquisadora. “Em 17 anos do Prêmio L’oreal para Mulheres na Ciência, a Região Norte sempre teve pouco destaque. As poucas vencedoras dessa região são da UFPA e do Inpa. E é uma alegria este ano colocar a Região Norte, em especial, a Ufam em destaque em uma premiação nacional de grande importância e competitividade”, afirmou.

Apesar de apaixonada pelo que faz, ela reconhece que há desafios. Um deles é a dificuldade que as mulheres têm de alcançar cargos de gestão e liderança e posições de destaque. “Meu principal desafio é achar um equilíbrio entre dedicação à maternidade e à carreira. É inegável que as duas ficam comprometidas em algum grau. Cabe a cada cientista avaliar em quais aspectos consegue renunciar a participação ativa na vida do filho(a) em detrimento à carreira, e vice-versa, sem sentimento de culpa”, pontua a pesquisadora.

Perguntada sobre a importância de aumentar a participação feminina na ciência, ela responde que é importante que, em termos de representatividade de gênero, a comunidade científica reflita a diversidade que se observa na sociedade como um todo. “A igualdade e diversidade devem estar presentes em todas as áreas e setores da sociedade, incluindo a ciência, o mercado de trabalho, a política... Assim, criamos ambientes que favorecem a criatividade e novas perspectivas em relação às questões que enfrentamos”, declara. “Nesse sentido, os editais destinados às mulheres são fundamentais para aumentar e impulsionar a participação feminina na ciência”, completa.

 

 

Foto: FilmIn

 

 

 

 

 

 

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